A bruxa está à solta na saúde


Servidores da rede estadual decidem nesta sexta-feira (03) se vão entrar em greve para forçar reajuste salarial. Só no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, 2,5 mil trabalhadores poderão cruzar os braços


Gilson Hanashiro/ Agência BOM DIAFuncionários do CHS realizaram reunião para levantar reivindicações que serão levadas à assembleia desta sexta-feira (03)
Mayco Geretti
Agência BOM DIA
A área da saúde está proporcionando uma semana de apreensão para a população de Sorocaba. Depois da direção da Santa Casa de Misericórdia anunciar que em 1º de setembro poderá encerrar as atividades do Pronto-Socorro Municipal, nesta sexta-feira (03) será realizada uma assembleia na Capital que definirá ser os servidores estaduais da saúde iniciarão uma greve. Uma paralisação seria desastrosa para Sorocaba e região, já que o Conjunto Hospitalar local atende ao mês, em média, 90 mil pessoas.
Só no CHS são cerca de 2,5 mil funcionários. Em outras unidades estaduais da saúde em Sorocaba, há pelo menos outros 300.  Eles querem reajuste de 26% referente a perdas salariais calculadas desde 2009. O aumento engloba trabalhadores específicos da saúde, como médicos e enfermeiros, e outros profissionais dos setores pessoal e de limpeza.
A diretoria regional do SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo),  Maria do Amparo Oliveira,   afirma o último aumento foi dado à categoria em 2008, após uma greve.
Além do reajuste o sindicato reivindica melhoria nas condições de trabalho. Maria cita a falta de funcionários do CHS. “O caso é mais crítico entre enfermeiros e auxiliares. A jornada normal é de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, mas aqui se tornou rotina o esquema 12 por 12.”  
Assembleia /Nesta semana as regionais do sindicato realizaram assembleias para levantar os problemas da categoria. Nesta sexta-feira (03) será realizada a assembleia estadual no Centro de São Paulo. No encontro os sindicalistas definirão se iniciam  o estado de greve, que daria um prazo provável de 36 horas para o início oficial da paralisação.
Se houver greve, Tribunal definirá regras de atendimento
Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde, caso haja greve caberá ao Tribunal Regional do Trabalho estipular as regras de atendimento para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Os servidores ficariam submetidos a manter um mínimo de atendimento operante. Historicamente exige-se pelo menos 30% dos funcionários trabalhando.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que vem dialogando com o SindSaúde-SP para buscar um entendimento em relação às reivindicações. 
A Secretaria informa que uma das propostas já colocadas, a pedido do próprio sindicato, é o reajuste do Prêmio de Incentivo, uma bonificação condicionada à avaliação de desempenho dos funcionários segundo critérios como assiduidade, interesse, cooperação e eficiência. O reajuste oferecido é, em média, de 12% sobre o valor do prêmio para as categorias com menor remuneração. Também está em fase final de estudos a implantação de um plano de cargos e salários. Este plano vem sendo discutido conjuntamente com as secretarias de Gestão e Casa Civil antes de ser encaminhado para votação na Assembleia Legislativa.
A Secretaria informa que estuda ainda aumento de 80% sobre o valor do vale-alimentação para os funcionários da saúde.
Comparação de carreiras
Segundo o sindicato da categoria, os servidores estaduais da saúde ganham os piores salários em comparação a outras carreiras. Conforme o SindSaúde,  o salário médio dos profissionais da saúde é de R$ 1.943. Já trabalhadores do sistema prisional ganhariam em média R$ 2.017, da segurança pública em média R$ 2.489 e da Fazenda R$ 6.283.
40
hospitais no estado têm coordenação direta da Secretaria de Estado da Saúde, entre eles o CHS.
Quase 100 mil
Em todo o estado existem 97 mil trabalhadores da saúde atuando em unidades que estão sob administração direta do governo estadual.

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