Governo do Rio diz que não vai negociar com bombeiros



Folha de S.Paulo
RIO -- Dois dias após a prisão dos 439 bombeiros que invadiram o quartel da corporação protestando por melhores salários e condições de trabalho, o impasse entre a categoria e o governo do Estado do Rio não dá sinais de mudanças.
O secretário-chefe da Casa Civil do governo Sérgio Cabral (PMDB), Régis Fichtner, disse que a invasão fecha qualquer canal de diálogo direto entre os bombeiros e o governo.
O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, disse ontem que a libertação dos 439 é inegociável. Simões se colocou como o único interlocutor do governo com os manifestantes. Em entrevista à TV Globo, ele afirmou que o futuro dos bombeiros presos depende agora da Justiça Militar. "O governo não pode fazer essa interferência", afirmou.
A Defensoria Pública afirmou que vai apresentar hoje à Justiça Militar o pedido de libertação dos bombeiros.
"Até hoje [ontem], a PM não comunicou a prisão à Defensoria nem à Justiça. Se amanhã [hoje] esse comunicado não for feito, vamos pedir o relaxamento de prisão. Se as prisões forem informadas, o pedido será a liberdade provisória", disse o defensor Nilson Bruno Filho.
A Auditoria Militar, no entanto, não havia sido notificada das prisões. Só a partir disso a Promotoria poderá decidir se apresenta denúncias contra os bombeiros.
O apoio aos manifestantes chegou ao plenário da Assembleia. Seis deputados estaduais, de vários partidos, pretendem trancar a pauta de votações a partir de hoje, até que os 439 bombeiros sejam libertados.

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