Impasse não chegou à população



Pacientes ainda desconhecem que Santa Casa vai deixar de atender no pronto-socorro municipal


Gilson Hanashiro/Agência BOM DIA
Situação no início da noite desta terça-feira (07) era tranquila no Pronto-Socorro Municipal, mas faixa informava que atendimento é de urgência e emergência
Pedro Guerra
Agência BOM DIA
Uma semana após a Santa Casa de Misericórdia anunciar que rompeu  o convênio com a Prefeitura de Sorocaba para  atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) no pronto-socorro municipal, o fato ainda é desconhecido pela população. No início da noite desta terça-feira (07), por exemplo, o atendimento na unidade era normal.
A realidade, no entanto,  é outra, segundo a Secretaria da Saúde de Sorocaba. Em uma semana, conforme a pasta, houve um aumento de 15% na procura por atendimentos nas unidades da rede municipal de urgência e emergência.
83 dias / Por contrato, a Santa Casa poderá deixar de atender só após 90 dias depois de anunciar o fim do convênio, fato feito há uma semana. Por isso, quando um paciente chega na porta do PS lê o aviso:  “Estamos atendendo urgência e emergência. Para outros atendimentos, favor procurar a rede básica”.
A auxiliar de cozinha Maria de Fátima Alves Marinho, 32 anos, estava com o filho de 3 anos esperando atendimento. “Já estive no PA do Éden. Ele continua ruim com febre e vomitando”, conta.
Quando ela soube que não vai haver mais atendimento, considerou absurdo. “PA e postinho de saúde não resolvem o nosso problema.” Moradora do bairro Cajuru, Fátima disse que fica muito longe ir até a Unidade Pré-Hospitalar da Zona Norte ou da Leste. “Até aqui [Santa Casa] são 40 minutos de ônibus.”
Quem também lamenta o fim do atendimento é a cozinheira Jorgina de Souza Moraes, 39, que está com o filho internado desde  30 de maio. “Eu ouvi os comentários sobre o fim do atendimento  lá dentro. Aqui eles tratam muito bem a gente. É uma pena”, comenta.
A auxiliar de produção Juceli Alves dos Santos, 35, acha péssimo o fim do atendimento. “Quem vai sofrer com isso é povo. Os médicos daqui são muito bons.”
Equipe do PSM
11   médicos no período diurno das  7h às 19h 
dois pediatras  
três clínicos
três ortopedistas 
um cirurgião
um anestesista
um internista 
8 médicos no período noturno das 19h às 7h
dois pediatras
dois clínicos
dois ortopedistas
um cirurgião
um anestesista.
Alterada
A escala acima descrita poderá ser alterada de comum acordo entre as partes, desde que mantida a carga horária total
Câmara realiza nesta quarta-feira (08) audiência para discutir o problema
A Câmara de Sorocaba realiza nesta quarta-feira (08), às 19h, uma audiência pública para discutir as circunstâncias que levaram a Santa Casa a anunciar o fechamento do pronto-socorro municipal. A proposta foi apresentada pelo vereador José Caldini Crespo (DEM).
Foram convidados para participar  o  provedor e os diretores clínicos e técnicos da Santa Casa, José Antonio Fasiaben, Fabiano  Boa Sorte e Aristides Camargo, respectivamente. Também foram  chamados o  prefeito Vitor Lippi (PSDB) e os secretários municipais de Saúde, Ademir Hiromu Watanabe,  e de Finanças, Fernando Mitsuo Furukawa.
O líder do prefeito na Câmara, vereador José Francisco Martinez  (PSDB) disse que Vitor Lippi não vai comparecer. “Ele tem uma equipe que acompanha o caso. Por isso, existe a figura do secretário municipal”, justifica.  
Também foi aprovado a formação de uma comissão especial de vereadores que vai acompanhar  o problema.  Mas houve uma discussão na hora da aprovação. O vereador Irineu Toledo (PRB) foi o primeiro a chiar. “Eu ia até colocar meu nome na comissão , mas estou vendo que isso está virando uma bandeira política.”
O recado era para o vereador Crespo que também foi o autor do requerimento para formação da comissão de acompanhamento do cas. Já o presidente da Câmara, Marinho Marte (PPS ), deve nomear o membros da comissão, nesta quinta-feira (09).   
Provedor faz várias exigências  
O provedor do hospital, José Antônio Fasiaben,  disse que para manter o convênio é preciso dobrar o valor do custo operacional por mês, realizar a construção de um  prédio para ampliar o atendimento e reajustar os salários dos médicos de plantão.
R$ 707
mil é o valor atual do repasse da prefeitura. A entidade acredita que precisa receber cerca de R$ 1,5 milhão para fazer o atendimento.
Atenção
Faltam 83 dias para que a Santa Casa deixe de atender pelo  Pronto-Socorro

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