por Lilian Venturini
Christiane Samarco e
Denise Madueño
O ministro Luiz Sérgio, das
Relações Institucionais, já disse à presidente Dilma Rousseff que não vai mais
continuar no cargo. Dilma ficou de definir, em reunião marcada para esta
sexta-feira, 10, como será o ritual da troca do ministro que, pelo menos em
tese, é o responsável pela articulação política do governo. Dilma também vai
definir como será feita a escolha do substituto. Um dos nomes cotados é o atual
líder do governo na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza.
A saída de Luiz Sérgio já era
tratada pelo PT e ganhou força após a demissão de Antonio Palocci, na
terça-feira, 7. Dentro do partido eram frequentes as críticas ao desempenho do
ministro antes mesmo da crise que atingiu a Casa Civil. Segundo interlocutores
próximos a Dilma, a presidente queixava-se que o ministro não tinha o trânsito
esperado na Câmara e no Senado.
Petistas mantêm a expectativa de
uma definição ainda nesta sexta sobre a situação de Luiz Sérgio. Interlocutores
da presidente informam que ela ainda não está convencida de que a bancada do PT
na Câmara consiga fechar uma fórmula de consenso para resolver o esquema de
articulação política do governo.
O PT está dividido na indicação.
O grupo ligado ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e ao líder do PT na
Câmara, Paulo Teixeira (SP), querem o cargo para Arlindo Chinaglia (PT-SP) e
tirar o comando da articulação política, até agora, nas mãos da ala ligada ao
líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Vaccarezza, porém, costurou apoio
entre os outros partidos da base, entre eles o PMDB, PSB, PCdoB e PDT. Nesta
manhã, Vaccarezza esteve com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o
líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL), obtendo o apoio também dos
senadores do partido. O PMDB entende que Vaccarezza é um nome mais amplo e com
trânsito fácil entre os aliados e que, dos petistas, é o que joga melhor com o
PMDB.
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