Marginal sofre novos arrastões




CAMILLA HADDAD
Nem as diferentes operações realizadas pela Polícia Militar na Marginal do Pinheiros têm inibido a ação de criminosos contra motoristas parados no congestionamento. Na noite de segunda-feira, sete pessoas foram atacadas por ladrões que quebraram os vidros dos carros para furtar bolsas e celulares. O número de vítimas só não foi maior porque uma pessoa conseguiu parar uma viatura da corporação no meio da pista.
No mês passado, outros três crimes semelhantes aconteceram na mesma via. Os índices podem ser mais elevados, já que muitos não avisam as delegacias. No caso de anteontem, depois de a PM ser chamada, houve até o envio de um helicóptero Águia para o local – entre as pontes Ari Torres e Morumbi, bem na curva da Usina de Traição. Ninguém foi preso. A empresária Diva Ramalho estava em uma S10 quando um assaltante estourou o vidro do veículo e colocou todo o corpo para dentro. “Em segundos, ele fez um rapa. Levou a bolsa que estava no chão, jaqueta, óculos. Dei graças a Deus quando ele foi embora”, disse.
Além da empresária, também foram cercados outros seis motoristas. Um casal escapou após gritar por socorro. A Polícia Civil admite dificuldade de conter este tipo de crime. Segundo o delegado titular do 34º Distrito Policial (Morumbi), Vilson Genestreti, é um crime de oportunidade e os bandidos se aproveitam do afunilamento das pistas para atacar. “Já aconteceram outros casos, a gente está investigando”, contou. “Das sete vítimas, só duas registraram queixa de roubo aqui.”
No fim de abril, a PM montou uma Operação Saturação nas imediações do Morumbi e da Marginal do Pinheiros. O reforço teria contado com 60 homens, bases móveis, quatro viaturas e seis motos. Na ocasião, a polícia alegou que o motivo era o crescimento dos casos de roubos a motoristas nas grandes avenidas e na marginal, perto da Favela Paraisópolis.
Atualmente, a região é monitorada pela Rondas Ostensivas com o Apoio de Motociclistas (Rocam). Esse esquema ocorre justamente nos horários de pico, quando as pessoas têm sido assaltadas no trânsito, entre 18h e 20h.
Ontem, a PM foi procurada quatro vezes para comentar os crimes e o esquema de policiamento. Em nota, informou que, após detectar o arrastão de segunda-feira, encaminhou viaturas e o helicóptero. Os últimos casos foram registrados, segundo a PM, em janeiro.
Mas a reportagem apurou outros três crimes semelhantes ao da noite se segunda-feira. Em 12 de maio, uma mulher seguia do Brooklin Novo para a Vila Sônia quando foi atacada sob a Ponte do Morumbi. No mesmo mês, um homem teve o para-brisa do carro quebrado com uma pedra no mesmo trecho. Na delegacia, ele foi informado que ladrões estão arremessando pedras para atingir os veículos e obrigando os motoristas a pararem no acostamento. A advogada Fernanda Carpinelli foi assaltada em maio quando estava no trânsito, às 18h, perto da Ponte Morumbi. “Recentemente vi uma mulher ser assaltada no mesmo local. Ela saiu do carro e quase foi atropelada.”

Postar um comentário

0 Comentários