Metrô define localicação da estação Higienópolis





RENATO MACHADO
VITOR HUGO BRANDALISE
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) definiu o local exato onde pretende construir a polêmica estação da Linha 6-Laranja em Higienópolis, região central de São Paulo. A parada foi batizada de Angélica-Pacaembu e ficará na Rua Sergipe, entre a Ceará e a Bahia. Haverá três saídas: uma na Rua Bahia, outra para o Pacaembu, e a terceira para a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
A reportagem teve acesso às informações presentes em um parecer técnico do Metrô que foi concluído nesta semana. A nova parada já consta no projeto básico da Linha 6-Laranja, previsto para ser concluído em outubro.
A Estação Angélica-Pacaembu será toda subterrânea. Uma das saídas será na Rua Sergipe, na esquina com a Rua Bahia, em Higienópolis. Estará a uma quadra (cerca de 170 metros) da Avenida Angélica, onde seria localizada inicialmente a estação. Em maio, o Metrô anunciou a mudança e foi criada uma polêmica, pois se levantou a hipótese de que a alteração seria para agradar os moradores do bairro.
Uma manifestação contra a decisão chegou a ser organizada através de redes sociais. A ação foi batizada de “churrascão da gente diferenciada”, em referência ao fato de parte dos moradores do bairro temer a chegada de pessoas com perfil diferente dos frequentadores atuais da região. A companhia diz que a decisão foi técnica.
As outras duas saídas estarão na parte “de baixo” da região. Como há um desnível de cerca de 30 metros, um túnel praticamente no mesmo nível da plataforma vai permitir que os usuários saiam na região perto do Estádio do Pacaembu e da Faap.
Uma das saídas estará na esquina das ruas Armando Penteado e Avaré, em um estacionamento. Nos cálculos do Metrô, estará a uma distância de 500 metros do Estádio do Pacaembu e da avenida de mesmo nome.
A outra saída ficará na esquina das ruas Itatiara e Armando Penteado, a 300 metros da Praça Vilaboim, e atenderá aos estudantes da Faap. “Resolvemos separar as duas saídas de baixo, como normalmente fazemos em ruas movimentadas. O custo a mais não seria expressivo e poderíamos atender a dois públicos diferentes”, disse o diretor de Planejamento da companhia, Mauro Biazotti.
Para o promotor Maurício Ribeiro Lopes, da 4.ª Promotoria de Habitação e Urbanismo da Capital, a justificativa do Metrô para mudar o local da estação é satisfatória. “A razão foi explicada tecnicamente, com base na demanda e nas características geográficas da área. A cobrança agora será para que Prefeitura e Estado atentem para a construção das estações, por se tratar de intervenção em bairro tombado”, explicou o promotor, que havia solicitado esclarecimentos sobre a mudança no mês passado.
O projeto da Linha 6-Laranja prevê 15,3 quilômetros de extensão, entre a Estação São Joaquim (Linha 1-Azul) e a Vila Brasilândia (zona norte). Ela foi apelidada de “linha das universidades” por prever estações perto de seis centros de educação superior, incluindo PUC e Mackenzie.
Outras duas propostas foram avaliadas pelo Metrô antes de definir a localização da Estação Angélica-Pacaembu. No parecer técnico, o Metrô justifica que a alternativa que considerava duas paradas – as estações PUC-Cardoso de Almeida e Mackenzie-Higienópolis – seria “muito custosa” para acrescentar “pouca demanda” (cerca de 6 mil passageiros) em relação ao previsto com a construção de só uma estação. Para o Metrô, a distância entre as paradas agora está “equilibrada”.

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