País da Impunidade: Rapaz confessa morte na USP e fica livre



Folha de S.Paulo
O comerciante Irlan Graciano Santiago, 22 anos, se apresentou ontem ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e confessou ter participado do latrocínio (roubo seguido de morte) contra o estudante da USP Felipe Ramos de Paiva, 24, no dia 18 de maio.
Após prestar depoimento, Santiago foi liberado pela polícia porque, conforme a lei, se apresentou espontaneamente, confessou o crime, não tem antecedentes criminais e tem residência fixa.
Segundo o delegado Maurício Guimarães Soares, a prisão preventiva (até um provável julgamento) de Santiago será pedida à Justiça assim que o inquérito policial sobre o latrocínio for finalizado.
Conhecido como Queiroz, Santiago é pai de um menino de um ano e disse trabalhar na quitanda de sua família, na favela San Remo, que fica ao lado da Cidade Universitária (zona oeste de SP).
Paiva estudava ciências atuariais e foi morto com um tiro na cabeça no estacionamento da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), na USP.
Santiago se negou a dizer o nome do homem que o acompanhava durante o crime. Segundo ele, foi esse foragido, já identificado pela polícia, quem atirou contra Paiva, após ele reagir.
Santiago confessou que naquela noite, ele e o outro criminoso fumavam maconha na San Remo quando decidiram ir à Cidade Universitária para roubar um carro. "Eles escolheram a USP porque lá tem pouca segurança e é escuro", disse Jeferson Badan, advogado de Santiago.
Na USP, a dupla atacou uma mulher em um EcoSport. Ao perceber que ela tinha deficiência física, os criminosos decidiram não levar seu veículo e a obrigaram a dirigir por cerca de uma hora até que achassem uma nova vítima.
Aleatoriamente, eles viram Paiva entrando em seu Passat blindado. A motorista ficou no carro com Santiago enquanto o outro ladrão atacava o estudante. Ao perceber o roubo, Paiva reagiu e foi baleado.
O ladrão voltou para o EcoSport e a motorista teve de levá-los para fora da USP.

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