Polícia abre inquérito para apurar caso




Leila Gapy
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A Polícia Civil de Salto de Pirapora abriu inquérito policial para investigar o caso da professora de ensino infantil S.M.C., de 47 anos. Ela foi agredida por uma mãe de aluno da Escola Municipal "João Fernandes de Andrade", no bairro do Campo Largo, na última segunda-feira. Segundo as autoridades, os principais envolvidos no caso já foram chamados para depor e outras testemunhas e pessoas próximas à vítima e à agressora também serão chamadas. Como a acusação de agressão aponta a autoria, a polícia acredita que o inquérito ficará pronto dentro de 30 dias. Nesta semana, a professora passou por cirurgia, mas prossegue hospitalizada em Sorocaba. O fato desencadeou a suspensão parcial das aulas na unidade ontem e os professores se reuniram para discutir a condução do caso.

Na última segunda-feira, a professora S.M.C., 47 anos, estava saindo da escola pela rua São Paulo, quando foi surpreendida por R.S.G., de 21 anos, que puxou-a pelo cabelo. Em seguida, a professora caiu no chão e recebeu socos e chutes na cabeça e no rosto, causando-lhe fraturas na face e no nariz. Uma testemunha informou à polícia que a agressão foi interrompida pelo marido de outra professora que chegou no local. A professora foi levada para a Santa Casa de Salto de Pirapora, mas posteriormente encaminhada ao Hospital Samaritano de Sorocaba, onde passou por cirurgia no dia seguinte. De acordo com a diretora da escola, Débora Vieira de Moura, somente após a alta médica é que a professora deverá passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Segundo Débora, que visitou a professora no hospital, a vítima está aparentemente bem, fala normalmente, mas encontra-se visivelmente abalada. "Ela lembra de tudo que aconteceu e conta tudo certinho, mas ainda está muito nervosa", disse ela, ontem pela manhã. De acordo com Débora, as aulas na escola foram parcialmente suspensas ontem pela manhã (às 10h) e à tarde (às 15h) para que fosse realizada reunião com todos os professores da unidade. De acordo com a diretora, os funcionários estão assustados, tinham dúvidas sobre o caso e de como conduzir o assunto dentro da sala de aula, com os demais estudantes.

"Obviamente é uma situação atípica e que merece atenção. Por isso nos reunimos para conversar", disse ela. E acrescentou: "Não podemos esquecer o que aconteceu. As medidas cabíveis estão sendo tomadas", falou, se referindo ao fato do inquérito policial ter sido aberto e um advogado da Prefeitura estar acompanhando o caso. "Agora, temos que pensar com profundidade na nossa posição, pois a agressora é mãe de uma aluna de cinco anos, uma criança que não tem nada a ver com isso e que não pode ser hostilizada de forma alguma, por nenhum outro estudante, por conta do comportamento da mãe", observou. A aluna, filha da agressora, segundo Débora, está afastada das aulas esta semana como medida de preservação, mas deve retornar às aulas na semana que vem.

"Se ela, aluna, continuará na escola, isso ainda será estudado. Queremos o melhor para ela em todos os sentidos. E como vamos conduzir a questão na escola, também vamos definir. Mas, provavelmente, teremos reunião com os pais e rodas de conversas com os alunos, para que isso não volte a acontecer", afirmou a educadora. Ainda segundo Débora, a professora agredida tinha 20 anos de experiência em educação infantil e há 15 anos trabalha na mesma unidade. De acordo com ela, durante o período em que lecionou ou é diretora, nenhum outro caso semelhante ocorreu no local. Os motivos que levaram a mãe da aluna a agredir a vítima ainda não foram divulgados. Hoje as aulas devem ser retomadas.

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