DE
SÃO PAULO
No começo do ano, um representante da
polícia do Canadá deu uma palestra em uma universidade de Toronto dizendo que
as mulheres deveriam evitar se vestir como prostitutas para não serem vítimas
de estupro. A afirmação deu origem a Slut Walk, a Marcha das Vadias, que já
aconteceu em Toronto, Los Angeles e Chicagos (EUA), Buenos Aires (Argentina),
Amsterdã (Holanda), entre outras cidades do mundo.
São Paulo recebe o evento no sábado
(4), a partir das 14h. A concentração está marcada na praça do Ciclista, na
avenida Paulista com a rua Consolação, na região central da cidade.
A página da marcha no Facebook tinha,
até o início da noite desta sexta-feira, 5.917 pessoas confirmadas.
"Não é culpa dos nossos vestidos, salto
alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e
agredidas sexualmente, isso é culpa do machismo ainda muito presente na nossa
sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo!", diz a apresentação do
evento no site.
A manifestação também está marcada para
acontecer em Belo Horizonte (MG) no dia 18, na praça da rodoviária.
No blog de
uma das organizadoras da marcha em São Paulo, Madô Lopez, ela diz já ter sido
insultada pelas roupas que estava vestindo.
"Chega de sermos recriminadas e
discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos,
chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos
femininas e porque queremos nos sentir sensuais, bora pras ruas
mulherada!"
No site oficial da Slut Walk, a organização diz que
historicamente o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em português) tem
conotação negativa e se tornou ferramenta de acusação grave de caráter.
"Somos um movimento exigindo que
nossas vozes sejam ouvidas. Estamos aqui para exigir mudanças (...) Queremos
sentir que seremos respeitadas e protegidas", diz o site.
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