Prefeito Vitor Lippi confirma que parlamentares fazem sugestões de nomes
que devem assumir cargos comissionados ocupados por pessoas não concursadas
O prefeito Vitor Lippi (PSDB) confirma ao BOM
DIA: na administração pública os cargos em
comissão, que são assumidos por pessoas não concursadas, são ocupados por
aliados do governo. “Nós estamos ocupando esses cargos com responsabilidade. Eu
acredito que em muitos lugares do Brasil isso acaba sendo um a barganha
política, mas esse não é o caso da cidade de
Sorocaba”, defende-se o prefeito.
A informação acaba colocando em saia justa os
vereadores da Câmara de Sorocaba. O BOM DIA perguntou aos parlamentares quem é
aliado do governo municipal e quem faz indicações de cargos em
razão disso.
fogem /A
maioria dos parlamentares fugiu das perguntas (veja ao lado). Outros preferiram
dar respostas evasivas ao BOM DIA.
O presidente da Câmara Marinho Marte (PPS) disse
que apesar de não pertencer ao mesmo partido do prefeito Vitor Lippi,
mantém com ele uma relação de cordialidade e de respeito, que é recíproca.
“Quanto aos cargos comissionados, cabe ao Executivo analisar a competência
profissional dos funcionários contratados”, falou Marinho Marte.
Coronel Rozendo (PV) falou que as sugestões de
nomes para o governo são feitas pelo seu partido. “O Partido Verde tem como
indicada a senhora Jussara Carvalho, que é secretária do Meio
Ambiente, e mais cinco cargos na mesma secretaria, cujos
pré-requisitos de contratação foram preenchidos pelos indicados.
controle de
qualidade / Lippi
deixa claro que o vereador que não está comprometido com o governo poderá ter o
indicado exonerado. “Se eu tenho alguns que estão trabalhando contra é lógico
que estas pessoas poderão ser substituídas”, falou o prefeito.
Mas existem também outros critérios de avaliação
que podem levar a pessoa indicada a perder o emprego. “Se não estão trabalhando
a contento, por falta de eficiência e por falta de desempenho, por exemplo. As
pessoas são avaliadas trimestralmente”, explica Lippi.
bom
desempenho / Uma
das coisas que o prefeito faz questão de deixar claro é que todas as pessoas
que trabalham em cargos de confiança precisam ter bom desempenho. “Se elas têm
um bom desempenho, continuam lá. Se não têm, eu substituo”, garante Lippi.
O prefeito explica também que em muitos casos
existem cargos de confiança sendo ocupados por funcionários de carreira. “Se o
funcionário é adequado para ocupar aquela função, é aproveitado.”
sem
preocupação/ O
Ministério Público solicitou ao prefeito Vitor Lippi a extinção de 206 cargos
de comissão. Para o MP essas vagas existem são meramente para serem ocupadas
por apadrinhados políticos.
à tona /O
assunto a respeito dos cargos comissionados veio à tona depois que o vereador
Gervino Gonçalves (PR), o Cláudio do Sorocaba 1, usou a tribuna da Câmara para
falar que Lippi havia demitido três funcionários indicados por ele. “Isso
ocorreu porque apresentei um requerimento pedindo informações sobre a empresa
que opera os radares em Sorocaba”, explicou o vereador, que era da base de
governo do prefeito. Lippi não acredita que as declarações do vereador Cláudio
do Sorocaba 1 possam trazer complicações para administração. “Não é meramente
político. Todos estão trabalhando. As alianças existem em todos os governos do
mundo.”
O pedido de informações foi feito após as
denúncias sobre a indústria das multas de radares no Brasil, veiculadas pelo
programa Fantástico de 13 março.
A empresa que opera os radares em Sorocaba
aparece na reportagem como uma das supostas envolvidas no esquema criminoso.
Prefeitura
pede prazo para explicar
A prefeitura de Sorocaba enviou no dia 17 de abril um pedido de prazo de 60 dias para explicar ao MP a necessidade dos 206 cargos comissionados.
A prefeitura de Sorocaba enviou no dia 17 de abril um pedido de prazo de 60 dias para explicar ao MP a necessidade dos 206 cargos comissionados.
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vagas sem concurso foram analisadas pelo MP que considerou apenas 48 como necessárias para o governo.
vagas sem concurso foram analisadas pelo MP que considerou apenas 48 como necessárias para o governo.
Improbidade
Caso o prefeito não acabe com as vagas ou dê solução legal, pode responder por improbidade administrativa.
Caso o prefeito não acabe com as vagas ou dê solução legal, pode responder por improbidade administrativa.
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