SP tem 10 mulheres para cada 9 homens



RODRIGO BURGARELLI
VITOR HUGO BRANDALISE
São Paulo é uma cidade feminina. Segundo o Censo 2010, são 5.924.871  mulheres, ante 5.328.632  homens – ou dez mulheres para cada grupo de nove homens. A diferença parece pequena, mas isso significa que há quase uma Ribeirão Preto a mais só de mulheres na capital.
A liderança é tamanha que os homens só são maioria em dois dos 96 distritos de São Paulo – Marsilac, no extremo sul, onde 51% da população é masculina, e República, no centro, com 50,5% de homens. Na outra ponta está o Jardim Paulista – 55,7% dos moradores são mulheres.
De maneira geral, a maioria feminina se repete em todo o País – elas vivem mais e são menos sujeitas a mortes por acidentes de trânsito e criminalidade. Mas também há explicação para as variações entre os distritos.
Moema
Moema é o bairro ideal para o homem solteiro de 18 a 24 anos que procura alguém da sua idade. No distrito verticalizado e repleto de opções noturnas da zona sul de São Paulo, as garotas representam 54,2% dos moradores dessa faixa etária, a maior proporção da capital – e basta uma caminhada por ali para notar isso.
“Agora entendi por que há grupos de sete, dez garotas nos barzinhos daqui. E pior que depois a gente encontra todas na balada também”, disse a estudante Alessandra Farah, de 18 anos.
“Os grupos se encontram até na padaria 24 horas do fim da noite. E tem gente que se arranja ali mesmo. A concorrência é grande”, completou Stephanie Klomann, também estudante, de 18 anos.
Demógrafos ouvidos pela reportagem atribuem a concentração à migração interna na cidade. “Migração é um fenômeno mais masculino do que feminino. A população feminina prefere a segurança e a comodidade de um local já conhecido, enquanto homens normalmente não se importam em se mudar”, afirmou Haroldo Torres, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.
Isso explicaria também o fato de o líder da população masculina nessa faixa etária ser o distrito da Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, com 55,6% de homens.
O bairro foi descoberto pelo mercado imobiliário nas duas últimas décadas e passa por crescimento inédito na sua história. Ali, o metro quadrado custa cerca de R$ 8 mil para um apartamento de 380 m² e três dormitórios.

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