Termina hoje a prisão temporária de oito acusados



Governo deve indicar nesta semana o nome do interventor que assumirá o comando do CHS

Os oito acusados de participarem da quadrilha de desvio de dinheiro público do Conjunto Hospital de Sorocaba (CHS) devem ser libertados hoje depois de cumprirem cinco dias de prisão preventiva na sede do Comando do Policiamento do Interior (CPI-7). Eles fazem parte de um grupo de 12 médicos, enfermeiros e funcionários do CHS que são alvo de investigação da chamada Operação Hipócrates, deflagrada na quinta-feira passada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

O diretor geral afastado do CHS, Heitor Fernando Xediek Consani, foi solto no início da tarde de sábado por força de alvará de soltura expedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Aben-Athar de Paiva Coutinho, que acatou o pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados de defesa do acusado, com a alegação de que a prisão preventiva já teria cumprido a sua função, após o seu depoimento. Outros três acusados também já foram liberados pela polícia por terem colaborado com as investigações. São eles o ex-diretor do CHS, Antônio Carlos Nasi, Kleber Castilho, e Márcia Regina Leite Ramos, ex-diretora do departamento de Recursos Humanos.

Ainda permanecem detidos por mandado de prisão preventiva o ex-diretor do Hospital Regional, Ricardo José Salim, a esposa dele, Vera Regina Boendia Machado Salim, Maria Helena Pires Alberici, os empresários Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite, a ex-diretora do departamento responsável pelas licitações do CHS, Tânia Aparecida Lopes, e o dentista Tarley Eloy Pessoa de Barros, um dos principais beneficiários do esquema de desvio de verbas de plantões.

Segundo o promotor Wellington dos Santos Veloso, integrante do Gaeco, com a conclusão da fase de depoimento de todos acusados, a equipe começou a se dedicar ao estudo do conteúdo das declarações e dos documentos apreendidos durante a operação. A previsão é de que hoje sejam colhidos novos depoimentos para o confrontamento das informações já apuradas. Apesar da liberação do diretor afastado do CHS, o procurador disse que ele deverá ser convocado para prestar novo depoimento ainda nesta semana.

As denúncias de irregularidades no CHS, que culminou com a Operação Hipócrates, foram motivadas pela iniciativa de um grupo de cerca de 20 funcionários da instituição que reuniram relatos e documentos que indicavam fraudes em licitações para a compra de material e contratação de serviços terceirizados, além da prática de pagamento por plantões a profissionais que nunca compareceram para trabalhar no hospital. A denúncia foi levada ao Ministério Público em setembro de 2010, quando iniciaram as investigações. 

Intervenção 
A Secretaria de Estado da Saúde deve indicar nesta semana o nome do interventor que assumirá o comando do Conjunto Hospitalar de Sorocaba no lugar de Heitor Consani, afastado oficialmente do cargo de diretor geral do unidade na sexta-feira passada, dia 17, quando também foi decretada a intervenção no CHS pelo Governo do Estado. Em paralelo às investigações policiais, a Secretaria informou que foram instaurados processos administrativos para possível aplicação de sanções funcionais aos acusados de envolvimento no esquema de fraudes. 

Heitor Consani assumiu a direção geral do CHS no dia 17 de fevereiro deste ano. Ele começou sua carreira na instituição hospitalar em 1999, onde fez residência e internato. Neste período, já respondeu pela chefia do Pronto-Socorro, e as diretorias médica, de cirurgia e de diagnóstico.

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