Atropelamento ocorre perto de passarela


Folha de S.Paulo
Um de cada cinco atropelamentos nas rodovias estaduais de São Paulo ocorre perto de passarelas. Só em 2010, 99 pedestres foram mortos nessas condições --22% mais que em 2009.
O mapeamento do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) mostra a imprudência das pessoas na travessia a pé. Mas não isenta a responsabilidade do poder público. Por trás do desrespeito, não são raras as falhas no planejamento, construção e manutenção de passarelas.
Às vezes, mais perigoso do que um trecho de via sem passarela é se ele tiver uma passarela ruim, que ninguém usa. Isso porque, na prática, ela transmite ao motorista a ideia de que não haverá pedestres cruzando a estrada -- relaxando sua atenção.
O mapa do DER mostra que rodovias de ligação ao litoral sul estão na liderança dos atropelamentos a menos de 500 metros de passarelas.
O ponto com mais casos --13, em dois anos-- foi na altura do km 67 da Imigrantes, em São Vicente (65 km de SP). Na Padre Manoel da Nóbrega, só em um trecho inferior a 13 quilômetros, entre Mongaguá (89 km de SP) e Itanhaém (106 km de SP), houve 29 atropelamentos nessas condições em 2009 e 2010.
Philip Gold, que foi consultor sobre esse tema no Banco Interamericano de Desenvolvimento, ressalva: esses atropelamentos não podem levar à falsa ideia de que as passarelas têm pouca utilidade.
Ao contrário, defende ele, é preciso expandir as alternativas de travessia segura, inclusive com mais passarelas.
Nas rodovias estaduais de SP, há hoje 365 estruturas desse tipo --cinco a mais do que na metade da década. Uma passarela nova pode custar perto de R$ 1 milhão.
O DER diz estar investindo na melhoria das passarelas, incluindo iluminação, e em barreiras contra a travessia insegura.

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