Estado terá pedágio por km rodado; testes vão começar por Campinas



Renato Machado - O Estado de S.Paulo
Começa a ser testada, ainda neste ano, a cobrança de pedágio por km rodado em trechos das rodovias paulistas. Atualmente, o motorista paga taxas fechadas por trechos, independentemente da distância percorrida. O projeto-piloto vai ser adotado em três ou quatro pontos do Estado - um deles em um local indefinido no interior e os demais na região de Campinas.
O período de testes vai durar aproximadamente seis meses e será realizado em trechos de rodovias entre as praças de pedágio - principalmente onde a distância entre as praças é maior do que 50 quilômetros. A preferência será dada para vias com muitos acessos, justamente as consideradas mais difíceis de adotar um novo modelo de cobrança.
A reportagem do Estado apurou que os locais na região de Campinas serão Jaguariúna, Paulínia e Indaiatuba. Essas cidades foram bastante citadas nas últimas eleições estaduais, pois os moradores pagam taxas inteiras de pedágio para viajar poucos quilômetros e trabalhar em outras cidades da região. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu mudanças.
"Estamos conversando com as concessionárias e em fase de definição dos locais. Não faremos na região da capital, pois há muitas entradas em uma única cidade, o que poderia provocar resistência", disse a diretora-geral da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Transporte de São Paulo (Artesp), Karla Bertocco Trindade. A Artesp vai fazer pesquisas para verificar a receptividade à medida. Depois, será aberto um período para cadastro dos interessados no sistema.
Serão instalados nas rodovias pórticos onde ficarão os equipamentos leitores de tags (adesivo com um chip dentro). Conforme a quantidade de passagens, maior será o valor da cobrança. Esses equipamentos funcionam por frequência e a forma de cobrança poderá ser por um sistema de créditos pré-pagos, com débito em conta ou enviando uma fatura para a casa dos usuários com o valor final.
Tecnologia. Os testes fazem parte das mudanças que o governo pretende implementar na cobrança automática de pedágios. Atualmente, essa prática é feita pelo modelo Sem Parar, no qual os veículos que têm uma tag passam pela praça sem a necessidade de enfrentar as filas.
A cobrança ocorre também por débito automático ou pagamento de boletos.
Mas a técnica é considera obsoleta e cara. "Essa tecnologia foi adotada em um contexto em que se pensava em outras medidas, como o pedágio urbano, e por isso era útil. A tag custa em torno de US$ 22 e ainda tem taxas de manutenção. Hoje, tecnologias mais modernas podem sair por US$ 2", disse o secretário de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho. Ele acrescenta que vai negociar para que as concessionárias ofereçam as tags gratuitamente. 
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110727/not_imp750238,0.php

Nova cobrança precisa ser adotada por 80% da frota

Na avaliação de grupo da Artesp que estuda as mudanças, adesão menor tornará tecnologia inviável do ponto de vista financeiro



Renato Machado - O Estado de S.Paulo
O novo modelo de cobrança de pedágio por quilômetro rodado nas estradas paulistas só será possível se 80% dos veículos que utilizam as rodovias aderirem às tags ou outra tecnologia escolhida para a mudança. Uma adesão menor seria insuficiente para manter financeiramente o novo modelo.
O diagnóstico é do grupo de trabalho da Agência Reguladora dos Serviços de Transporte de São Paulo (Artesp), que recomenda ainda outras mudanças no atual sistema do Sem Parar.
"O índice de 80% é um padrão que verificamos nos principais locais do mundo que mudaram a forma de cobrança", disse o assessor de tecnologia da informação da Artesp, Giovanni Pengue Filho.
A cobrança automática é atualmente feita pelo sistema Sem Parar - que cobra uma taxa de adesão e manutenção e a única vantagem para o motorista é não parar nas filas. Os cálculos das concessionárias apontam que 55% da receita com valores pagos seja do modo automático, enquanto o restante vem de veículos que param nas praças para fazer o pagamento.
Concessão. O Sem Parar é um prestador de serviços para as concessionárias que administram as rodovias. Com a mudança, o serviço de cobrança automática vai tornar-se concessão pública - o governo estadual vai escolher a tecnologia ideal e também quem vai operá-la.
O objetivo com as mudanças é no futuro adotar em todas as rodovias modelos como o chamado free-flow - em que a cobrança é praticamente toda automática (mais informações no quadro acima). Os usuários usam chips que são lidos nos pórticos colocados nas rodovias e a cobrança ocorre por débito em conta, com o consumo de créditos adquiridos anteriormente ou mesmo enviando um boleto para a casa das pessoas. Outro objetivo é aumentar a fluidez - enquanto 250 veículos passam por uma praça de pedágio manual por hora, com a cobrança automática seriam 850 no mesmo período.
"Precisaremos manter algumas praças, pois é grande o número de pessoas que não têm conta em banco ou são de outros Estados e que passam por São Paulo, diz a diretora-geral da Artesp, Karla Bertocco Trindade.
No fim do processo, a cobrança seria feita por trecho, cujo objetivo é fazer uma quantidade maior de usuários do que a atual pagar pedágio, o que baratearia a tarifa para os motoristas que já pagam a cobrança.
Um exemplo clássico citado pelas concessionárias é o da Rodovia Presidente Dutra - que é federal -, onde a maior parte dos usuários não paga pedágio, pois faz trechos curtos em que não há praças, como entre São Paulo e Guarulhos.
Valor menor. Para isso, o grupo recomenda "massificar" as tags, justamente para que um número maior de usuários tenha o equipamento e viabilize a mudança. "Evidentemente não vai haver redução na tarifa, mas uma ampliação da base de cobrança, o que vai beneficiar as pessoas que hoje já pagam pedágio, que aí, sim, poderia ser reduzido", disse o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte.
O diretor da empresa responsável pelo Sem Parar, Pedro Donda, afirma que também é preciso um esforço para regularizar os veículos. "Temos hoje um terço da frota que não paga impostos e está irregular. Se não houver uma fiscalização forte, você simplesmente vai retirar as barreiras para eles viajarem sem pagar a tarifa", disse.
LÁ TEM...
Holanda
Em 2012, começa a cobrança de pedágio urbano no país. Todas as estradas vão recolher a taxa, até dentro de cidades. A tarifa será cobrada por distância percorrida, veículo, vias usadas, horário e categoria poluidora.
Alemanha
Pedágio é cobrado apenas para caminhões com peso superior a 12 toneladas.
Estados Unidos
Em Austin, no Texas, não há praças de pedágio. Ao passar por um ponto de cobrança, o sistema automático detecta os dados e envia a cobrança por correio para os usuários que não tenham tags, a etiqueta eletrônica.

PREPARE-SE27/07/2011 10H03

Todos os veículos registrados em SP terão de trocar placa

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Todos os veículos registrados no Estado de São Paulo vão precisar trocar as placas, seguindo um cronograma que será feito pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O órgão prepara uma licitação para a substituição dos modelos atuais por outros com películas refletivas, que são mais fáceis de serem flagrados por câmeras e radares.
objetivo é que o novo modelo comece a ser adotado a partir do ano que vem pelos veículos saídos de fábrica. Os carros, motos, ônibus e caminhões que tiverem as placas danificadas também vão precisar substituí-las pelas novas quando forem regularizar a situação.
Os demais vão seguir um cronograma que o governo afirma que será "a longo prazo", provavelmente seguindo a ordem do dígito final de cada placa - como marcar a troca dos veículos com final 1 para 2012; final 2 para 2013 e assim por diante. "Nós seguramos um pouco a licitação, pois estamos estudando uma forma de essa troca não pesar para a população. Estamos focados em garantir uma forma que o preço a mais não seja repassado", disse o secretário estadual de Gestão, Julio Semeghini.
O governo estadual afirma que o novo modelo de placas é praticamente 100% visível nas câmeras e registros fotográficos dos radares. As novas placas, de acordo com o governo do Estado, custam até 30% a mais que os modelos usados atualmente. Isso significa que a troca das placas pode ser uma das maiores licitações da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). A reportagem constatou que o preço médio de um par de placas do modelo atual é de cerca de R$ 65. Calculando a estimativa de aumento do governo e o tamanho da frota estadual, os investimentos podem passar de R$ 1,6 bilhão nos próximos anos. 

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