Frejat exalta a felicidade em novo show




A Felicidade Bate À Sua Porta, versão de Frejat
PEDRO ANTUNES
Uma sucessão de notas que podem exprimir o sentimento. As palavras chegam e compõem a expressão total do interlocutor. Juntas, elas criam nuances capazes de fazer rir ou chorar. O cantor carioca Roberto Frejat, na porta dos 50 anos – completou 49 anos no mês passado –, cansou da segunda opção, a da tristeza. Ao menos por enquanto, ele quer exaltar a felicidade. Fazer com que o público cante e dance em seus shows. Não à toa, a nova turnê, que estreia hoje em São Paulo, com apresentação no Citibank Hall, às 22h, foi sugestivamente batizada de A Tal da Felicidade.
“Acho que as pessoas vão aos shows com o intuito de relaxar, curtir, cantar. É uma confraternização”, explica Frejat, por telefone, de seu estúdio, no Rio de Janeiro. Durante toda a semana que se passou, ele e a banda – formada por Mauricio Barros (teclados), Billy Brandão (guitarra), Bruno Migliari (baixo) e Marcelinho da Costa (bateria) – ensaiaram todos os dias, de cinco a seis horas por semana. “São muitas coisas novas, um novo repertório, canções que não estávamos acostumados a tocar. Leva tempo até tudo ficar azeitado”, justifica.
O repertório de Frejat inclui músicas próprias, obviamente, mas também passeia por clássicos da música brasileira, de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gonzaguinha.
É do último, aliás, a próxima música de trabalho do ex-vocalista do Barão Vermelho, A Felicidade Bate À Sua Porta. Gravada inicialmente pelas Frenéticas, a canção ganhou uma nova roupagem na voz grave de Frejat. Os teclados de Maurício Barros também trazem um pop efervescente à música, tirando a sua data de validade. “Acho que essa música traz exatamente o que eu pretendo para o meu novo show”, explica o músico. A letra, que emula a felicidade batendo de porta em porta, já está tocando nas rádios. “Esse show também me dá a oportunidade de mostrar meu lado de intérprete.”
A intenção de Frejat é, também, não deixar a plateia desanimar durante a apresentação. Completando 30 anos de estrada, Frejat diz ter notado que o público atual não tem mais paciência para parar o que está fazendo e prestar atenção numa música nova.
“As pessoas não param mais para escutar o que a banda está tocando. Não existe mais aquela curiosidade de prestar atenção”, diz. Segundo ele, o excesso de informação é o responsável por essa espécie de preguiça. “É o que eu mais sinto diferença, da época que eu comecei até hoje. O público não está mais tão atento aos detalhes”.
Por falar nos anos 80, uma espécie de revival que aconteceu este ano, com a volta de Kid Abelha e RPM, não terá a companhia do Barão Vermelho – como havia sido especulado no começo do ano.
A chegada da nova turnê de Frejat espantou a possibilidade de uma reunião da banda. “Não existe isso. O que pretendemos fazer é uma pequena turnê para comemorar o aniversário de 30 anos da banda e vamos relançar o nosso primeiro disco, Barão Vermelho (de 1982), remasterizado”, diz.
Para ele, não há mais o que fazer com a banda, cuja produção inclui 12 discos de estúdio, outros ao vivo e acústicos. “O que mais podemos fazer? Um acústico? Já fizemos. Um rock? Também já”, diz. O que faltava? Um show com ênfase no trabalho de intérprete. Mas isso Frejat começa a fazer a partir de hoje. Feliz da vida.

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