Arquitetos são agredidos na Paulista



O arquiteto Bruno Thomé, que teve um dedo quebrado e levou sete pontos na cabeça (Foto: Epitácio Pessoa/AE)
Thaís Pinheiro
Dois arquitetos, alvo de ataques sem motivação aparente, foram golpeados com luminária de ferro, na madrugada de sábado, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. A suspeita é que o crime tenha sido praticado por grupos homofóbicos que já protagonizaram casos similares de violência na região, embora as vítimas, desta vez, sejam heterossexuais.
As agressões ocorreram pouco antes das 5h, quando os arquitetos Bruno Chiarioni Thomé, 33 anos, e Rafael Ramos, 30, caminhavam pela Augusta em direção à Paulista após deixarem uma casa noturna. O crime ocorreu próximo à Estação Consolação do Metrô.
“A primeira coisa que senti foi uma pedrada, ou uma garrafada, por trás. Vimos seis pessoas do outro lado da rua e fomos perguntar o que estava acontecendo. Aí, eles já começaram a nos bater”, conta Thomé, com sete pontos na cabeça e um dedo da mão quebrado.
Com uma luminária de ferro, os agressores deram início à confusão que, segundo Thomé, só pode ter sido provocada por homofobia. “Certamente, eles acharam que eu e meu amigo éramos um casal, porque quando chegamos já falavam ‘Sai daqui, seu veadinho’ e outras coisas desse tipo. Não somos gays e não tenho nada contra homossexuais, pelo contrário. Isso tudo está se tornando um absurdo”, argumenta.
A dupla diz que nada foi roubado e que não observou características físicas marcantes no grupo, que conseguiu fugir pelo metrô. Os arquitetos foram socorridos por seguranças da companhia, a quem Thomé fez críticas.
“Eles (seguranças) não seguraram os agressores quando entraram na estação. Depois, me levaram para o Hospital das Clínicas, onde são atendidos casos mais graves. Fiquei até as 9h30 sem atendimento, quando resolvi ir para um hospital particular.”
Ramos e Thomé dizem que vão pedir à polícia a abertura das investigações para que os agressores sejam identificados. “O Metrô não libera as imagens se não houver um pedido da Justiça. Queremos descobrir quem são esses caras, isso não pode ficar assim.”
A ocorrência foi registrada no 8.º DP (Belenzinho). Com este caso, já são pelo menos seis ataques com suspeitas de motivação homofóbica na região da Paulista desde novembro de 2010, quando cinco adolescentes agrediram três pessoas na avenida com uma luminária do tipo bastão.
Em dezembro, houve outros três casos, um deles de dois gays espancados ao saírem de uma boate. No mesmo mês, uma mulher de 25 anos apanhou após beijar a amiga e câmeras de segurança flagraram um homem com soco inglês agredindo dois homossexuais. Em janeiro, um estudante de 27 anos foi atingido no olho direito com uma garrafa

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