CHS espera investimento de 60 milhões



Governador Alckmin anunciou verba, mas o projeto ainda está indefinido
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Leandro Nogueira
      Leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

A publicação do edital para a construção do prédio de 11 andares com 220 leitos exclusivos para internação e que ampliaria de 10 para 50 os leitos de UTI adulta no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) está atrasada há quase quatro meses. A divulgação das condições para as empresas interessadas em assumir as obras foi prometida para o mês de abril pelo próprio governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), em visita a Sorocaba, no dia 22 de março deste ano. Na ocasião ele assumiu o compromisso de investir R$ 60 milhões em reformas e na construção do novo prédio, com a publicação do edital de licitação em 30 dias.

Por meio de nota via assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que o projeto de construção de um novo prédio hospitalar estadual em Sorocaba está passando por revisão antes de ser aberta a licitação, e que os investimentos anunciados estão mantidos. Apesar dos questionamentos do Cruzeiro do Sul, deixou responder por qual motivo o projeto precisou passar por revisão, quando houve a decisão de revisá-lo e se a alegada reformulação vai alterar o número de leitos prometidos pelo governador Alckmin.

O projeto de modernização e ampliação do CHS anunciado em março por Geraldo Alckmin previa a elevação de 80% da capacidade de realização de cirurgias até 2013. Na ocasião o governador disse que a proposta fazia parte de um plano global do seu governo para melhorar o atendimento de alta complexidade em pontos estratégicos do Estado. Os recursos de R$ 60 milhões foram prometidos para serem distribuídos entre obras e readequações dos espaços físicos, tanto do Hospital Regional quanto do Hospital Leonor Mendes de Barros, que compõem o complexo de atendimento de Sorocaba e 47 outras cidades da região. 

Da forma como estava o projeto, a principal obra seria o novo prédio que, além dos 220 leitos, inclusive os de UTI, também previa um centro cirúrgico com seis salas e serviços de radioterapia e hemodinâmica. No Hospital Leonor Mendes de Barros, as reformas e readequações visavam acomodar uma sede administrativa do CHS, além dos serviços de hemodiálise, de quimioterapia e do hospital-dia -- um tipo de atendimento onde não há internação. Ainda previa a implantação da rede Lucy Montoro, que realiza serviços ambulatoriais e de retaguarda hospitalar para fisioterapia e reabilitação, com espaço para o condicionamento físico e atendimento em grupo.
 
Prisões e intervenção 
O então diretor-geral do CHS, Heitor Consani, que na data da promessa acompanhava o governador Alckmin dizendo para a imprensa como tudo funcionaria após as mudanças possibilitadas com o investimento, foi detido pela Polícia três meses depois com outros médicos e empresários, e afastado da função. A detenção ocorreu durante uma operação Hipócrates, que investiga desvios de verbas no CHS. Dias depois todos foram soltos e poderão responder a processo depois que o Ministério Público apresentar denúncia à Justiça. 

O fato provocou a intervenção no Hospital Regional por uma equipe liderada pelo médico Luís Cláudio de Azevedo Silva. Desde o dia 20 de junho essa equipe levanta informações para apontar um diagnóstico final com propostas de ações em médio e curto prazo para melhorar a situação do CHS. "A gente está falando obviamente de uma instituição, de uma organização que está doente, que está precisando de apoio, precisando de ajuda e quando a gente fala instituição a gente fala de prédio, de tecnologia e de pessoas", declarou o interventor na última terça-feira. Luís Cláudio prevê que concluirá o diagnóstico e apresentará as propostas até o final da próxima semana.

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