Faltam remédios na farmácia do Regional


Regina Helena Santos
regina.santos@jcruzeiro.com.br

"A Secretaria de Saúde já está providenciando a medicação." A frase, que parece referir-se a algo que será solucionado de imediato, está sendo ouvida pelo aposentado Sérgio João Sevilha, 60 anos, há quase dois meses. Desde o dia 13 de junho ele tenta retirar, para sua esposa, o remédio Atorvastatina 20 miligramas na farmácia de alto custo do Hospital Regional, do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, porém sem sucesso. "Ligo lá e eles simplesmente dizem que não tem e que não há prazo para chegar. Um absurdo", reclama. A também aposentada Lúcia de Fátima da Silva Sevilha, 55 anos, recebe a medicação gratuita do Estado há pelo menos oito meses e até então não havia passado por situação parecida. "Já chegou a faltar, mas não passou de 15 dias." A Secretaria de Estado da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, admitiu que houve "excesso de demanda" para esses medicamentos.
Sérgio contou que a esposa, desde então, está sendo medicada com comprimidos de amostra grátis, conseguidos com o médico que a atende para tratamento de alterações no colesterol. Nas farmácias convencionais, a caixa do remédio com 28 unidades custa, em média, R$ 180. "Fico imaginando o problema enfrentado por tantas outras pessoas que não têm nenhum recurso para adquirir essa medicação", comentou na tarde de ontem, depois de mais um telefonema para o hospital. "Agora eles estão me dizendo que têm o de 10 mg para entregar. Mas, de que adianta, se o médico receitou o de 20 mg? Se ainda eles disponibilizassem duas caixas, mas é somente uma", reclamou. O aposentado se diz prejudicado, como cidadão, com a falta do remédio e também de informações. "Pagamos impostos e temos esse direito. Fiquei esperançoso com esse médico que mandaram, dizendo que iria resolver as coisas por aqui. Mas isso não está acontecendo. O duro é ouvir, a toda hora, que eles estão tomando providências e isso não ocorrer", reclamou.
Além da Atorvastatina, algumas pessoas também reclamam da falta do remédio Olanzapina, na versão de 5 mg, destinado ao tratamento de pacientes com autismo e esquizofrenia. A mãe de um paciente que foi ao local, na última segunda-feira, em busca das duas caixas do remédio que costuma retirar todos os meses contou que toda vez que o problema ocorre na farmácia de alto custo de Hospital Regional poucos são os pacientes que têm coragem de denunciar, com medo de, a partir da reclamação, acabar ficando definitivamente sem o remédio. Esse temor fez com que a mulher não quisesse se identificar à reportagem. Ela, entretanto, disse que seu filho necessita de duas caixas do medicamento na versão 5 mg, o qual foi informada estar "em falta", também sem nenhuma justificativa ou prazo para que a situação seja normalizada. O remédio, de nome comercial Zyprexa, custa, em média, R$ 250.
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou que já providenciou a compra dos remédios, porém, para regularizar o mais breve possível o reabastecimento, a pasta promoverá o remanejamento desses medicamentos de outras unidades do Estado para o posto de atendimento do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. 

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