Acúmulo de lixo em piscinões da Grande SP eleva risco de enchentes



EDUARDO GERAQUE
DIEGO PADGURSCHI
DE SÃO PAULO
A temporada de chuvas começou e o acúmulo de lixo e terra nos piscinões de cidades da região metropolitana de São Paulo aumenta o risco de cheias também na capital paulista.
Em vez de solução, a Folha ouviu de prefeituras e do governo do Estado a mesma resposta: não são responsáveis pela limpeza dos piscinões.
O jogo de empurra deve terminar na cidade de São Paulo. Como todos os rios e córregos da região metropolitana chegam ao rio Tietê, se a água que deveria ficar represada pelos piscinões seguir rio abaixo, fatalmente chegará ao município e afetará a vida de milhões de paulistanos.
Foi o que aconteceu em janeiro deste ano, causando inundação em plena marginal Tietê.
Diego Padgurschi/Folhapress
Menino atravessa o córrego Oratório no meio do mato alto e entulho dentro do piscinao no Jardim Sonia Maria, em Mauá.
Menino atravessa córrego Oratório no meio do mato alto e entulho que há em um dos piscinões de Mauá
TERRA, MATO E LIXO
Em Diadema e Mauá, que têm sete reservatórios para atenuar as enchentes de verão, a capacidade de armazenamento de água está menor por causa do quantidade de terra, mato e lixo.
Em Mauá, o piscinão Sonia Maria é um retrato da falta de limpeza dos reservatórios de água da chuva. Muita terra e mato alto são visíveis e mostram que faz tempo que nenhuma máquina passa por ali para fazer a limpeza.
Em Diadema, no piscinão Imigrantes, garrafas plásticas e muito lixo podiam ser vistos, nas vésperas das primeiras chuvas fortes da temporada, que ocorreram no início do feriado prolongado.
Em São Bernardo do Campo, três piscinões --Vila São José, Ford Fábrica e Bombeiros-- estão sujos.
Editoria de Arte/Folhapress
LICITAÇÃO FUTURA
O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão estadual responsável pela construção dos piscinões na região metropolitana de São Paulo, afirmou que a responsabilidade pela limpeza dos piscinões estaduais é das próprias prefeituras.
O órgão assegura que só assumirá a limpeza dos 25 piscinões da região metropolitana depois que uma lici- tação que está em curso terminar --o que não deve ocorrer antes de 2012.
De acordo com o DAEE, 245 mil metros cúbicos de sedimento e lixo serão retirados do fundo dos reservatórios em um investimento que totaliza R$ 40 milhões.
FAXINA
As administrações municipais dizem que a faxina nos piscinões é uma responsabilidade do próprio governo do Estado, por meio do DAEEE.
A Prefeitura de Diadema, afirma que apenas doou parte dos terrenos onde estão os três piscinões do município. "A retirada de resíduos é de responsabilidade do DAEE", disse a administração, por meio de nota.
"O trabalho de roçada e capinação dos locais, de responsabilidade da prefeitura, está sendo feito", afirmou o governo municipal.
Em São Bernardo do Campo, de acordo com a prefeitura, a previsão é que "tudo esteja limpo até dezembro".
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Mauá não se pronunciou.
Colaborou ALENCAR IZIDORO

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