Acusado de matar mulheres em chácara confessa crime



Usuário de drogas, Bruno Pereira era amigo e frequentava a casa das vítimas
 do Jornal Cruzeiro do Sul
Marcelo Roma
marcelo.roma@jcruzeiro.com.br

O acusado de matar mãe e filha em Ibiúna, no sábado à noite, fugiu para Iguape, no litoral sul, e está preso. Bruno Moreira Prata Pereira, 32 anos, era amigo das vítimas, a empresária Ignês Barbosa de Oliveira, 82 anos, e a despachante Sônia Regina Antunes de Oliveira, 59. O latrocínio (roubo seguido de morte) aconteceu no condomínio de chácaras Portal de Ibiúna, no bairro Lajeadinho, onde morava a família do acusado e onde as vítimas tinham casa para passar finais de semana e feriados. Elas moravam no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Bruno foi preso domingo à tarde na rodoviária de Iguape. De acordo com o delegado Fabrício Lopes Ballarini, de Ibiúna, ele queria pegar um ônibus para São Paulo e não tinha todo o dinheiro para a passagem. Só havia restado R$ 10. Por isso esmurrou o guichê, causou confusão e foi levado para a delegacia da cidade. A polícia já o procurava, pois era o principal suspeito de matar as duas mulheres.

No interrogatório, Bruno confessou o crime com detalhes, segundo o delegado. Ele seria viciado em cocaína e crack, morava na cidade de São Paulo onde trabalhava como instalador de equipamentos eletrônicos em carros, mas costumava passar dias com a família em Ibiúna. Na noite de sábado, Bruno foi à casa de Ignês e Sônia. Em conversa com Sônia, ele teria falado do seu vício e que queria se recuperar. Conforme o que Bruno contou à polícia, Sônia deu-lhe um "sermão" e falou mal da mãe dele. Não gostou e a atacou com uma faca que trazia.

Bruno esfaqueou Sônia no pescoço e a mãe foi defendê-la, mas também levou facadas no pescoço, concluiu a Polícia Civil. Ele então teria roubado o celular e a carteira de Sônia, que continha R$ 150,00, além do carro, um Fox vermelho. Câmera da portaria do condomínio gravou imagem do carro saindo em alta velocidade, às 22h24. O acusado seguiu para Piedade, onde parou o carro numa rua do centro da cidade e passou a noite num hotel.  Com isso gastou parte dos R$ 150. O carro foi localizado pela polícia às 12h30 de domingo. Dentro estavam o celular de Sônia e a faca usada no crime, ainda suja de sangue, com a bainha. Na rodoviária de Piedade, já no domingo, Bruno pegou o primeiro ônibus que saía e foi para Iguape, onde acabou preso.

A primeira pista levantada por investigadores de Ibiúna foram as pegadas feitas com calçado de número 45 na casa das vítimas. Bruno tem 1,95 metro de altura e no crime feriu-se na mão esquerda. Os corpos de mãe e filha estavam no corredor que dá acesso aos quartos. O padrasto e a irmã de Bruno, que conheciam as vítimas, passaram a procurá-lo no sábado à noite depois que saiu e não voltou mais. Segundo Ballarini, estranharam o portão aberto na casa e entraram para verificar o que havia acontecido. A porta da cozinha também estava aberta e foram os primeiros a ver as duas mulheres mortas. O padrasto e a irmã de Bruno avisaram a polícia e falaram sobre seu desaparecimento. A partir de então ele foi considerado principal suspeito.

Segundo o delegado de Ibiúna, a troca de informações com as polícias de Piedade e Iguape permitiu a prisão de Bruno. Ele foi autuado em flagrante e está detido na Cadeia de São Roque. Deve ficar preso até o julgamento. O crime de latrocínio prevê pena de 24 a 30 anos de prisão, conforme o Código Penal, mas pelo fato de serem duas vítimas a pena pode ser ainda maior.

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