PF pode investigar professora que orientou aluna a falar com pedófilo



LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO
A PF (Polícia Federal) está analisando se abre investigação para apurar o caso da professora que orientou uma aluna de 12 anos, da escola estadual Professora Maria Ramos, em São Carlos (232 km de São Paulo), a procurar um pedófilo na internet.

Familiares da estudante registraram nesta quinta-feira (17) um boletim de ocorrência na PF, em Araraquara --São Carlos não possui delegacia do órgão.
O principal motivo para a família procurar a PF, segundo o padrasto da garota, é porque a menina tem cidadania americana --ela é filha de brasileiros, mas nasceu nos EUA.
A orientação recebida pela aluna fazia parte de uma tarefa escolar para a disciplina dada pela professora, cujo nome não foi revelado nem pela Secretaria de Estado da Educação nem pela escola.
Editoria de Arte/Folhapress
Para o trabalho, dado semana passada, a classe foi dividida em grupos e o tema da estudante era pedofilia.
O pedido para que ela procurasse um pedófilo foi registrado pela professora no caderno da estudante, em forma de um bilhete para os pais.
A Secretaria de Estado da Educação afastou a docente. A Apeoesp (sindicato dos professores) disse que chegou a procurá-la para oferecer auxílio jurídico, mas informou que também não a localizou.
A Polícia Federal informou nesta sexta-feira que ainda não é possível dizer que o caso está sendo investigado pelo órgão, já que não houve abertura de inquérito.
O CASO
A mãe da aluna, uma autônoma de 37 anos, disse que a filha chegou em casa, no último dia 9, assustada com a tarefa e mostrou à mãe o bilhete da professora.
O texto orientava a garota a entrar "numa sala de bate-papo com nome fictício, mas idade real", com o objetivo de tentar atrair um pedófilo para a conversa on-line.
No bilhete, a professora orientava a aluna a imprimir a conversa para anexá-la ao trabalho.
Aos pais a orientação do bilhete era que vigiassem a conversa da filha, porque o "único objetivo é mostrar a eles [alunos] o risco desse tipo de conversa".
Além do bilhete, a mãe da aluna diz que a professora ainda pediu que, após a conversa, a menina marcasse um encontro com o pedófilo em frente à catedral da cidade.
O encontro, afirma a mãe, seria "flagrado" pela própria professora, que estaria escondida com uma câmera fotográfica nas mãos --o pedido para marcar o encontro não consta do bilhete.
A Secretaria de Estado da Educação determinou o afastamento da docente e abriu procedimento interno para apurar as responsabilidades.
A família também procurou o Consulado dos EUA em São Paulo, para alertar sobre o caso. Eles pretendem ir pessoalmente ao local na próxima semana.
Folha tentou falar com a direção da escola Professora Maria Ramos, mas foi informada que só a Secretaria de Estado da Educação se manifestaria sobre o assunto.
A reportagem também tentou, mas não conseguiu localizar a professora.

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