São Camilo deverá assumir UTI do CHS


Assunto foi discutido em reunião entre integrantes do sindicato dos médicos e funcionários do hospital
 Jornal Cruzeiro do Sul
André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br

O setor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) deve ser administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo, que possui hospitais em cidades da região, como Itu e Salto. O assunto foi um dos discutidos em reunião ontem entre funcionários do CHS e a diretora regional do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde), Maria do Amparo. A direção do Hospital Regional - que faz parte do CHS - passou essa informação a seus funcionários na última quinta-feira, segundo Maria, e uma equipe do São Camilo já teria visitado as instalações da área de UTI no mesmo dia. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde e a da entidade filantrópica, porém, não confirmam a informação.

De acordo com a diretora regional do SindSaúde, a Sociedade São Camilo é considerada uma Organização Social (OS) pela secretaria do Estado, que pode repassar serviços às unidades hospitalares estaduais. "Normalmente eles fazem uma parceria com o equipamento todo, mas nesse caso seria só a UTI", afirma Maria do Amparo. Ela ainda relata que o possível convênio seria feito sem licitação, pois nesses processos a entidade somente precisa se cadastrar para avaliar se deseja administrar os serviços requisitados pelo Estado. "A São Camilo já foi até lá (no CHS) para fazer estudos, para dizer se aceita ou não", relata a diretora do SindSaúde Sorocaba. 

O sindicato é contra essa determinação do Estado. Maria alegou que isso estaria "ferindo" os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). "A entidade, para poder fazer esse serviço, precisa ter uma estrutura própria e não pegar um espaço que já existe e colocar os seus profissionais. Por causa disso, a São Camilo não vai ter custo nenhum, pois estaria usando estrutura pública, e ainda vai ganhar com isso", aponta. Ela ainda usou o exemplo da Santa Casa de Sorocaba, citando-o como correto, em que uma irmandade assumiu os serviços do Pronto-Socorro Municipal, mas utiliza um prédio e equipamentos que já eram de posse dela.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que a fase de estudos, para decidir se será firmado convênio com entidade filantrópica para a ampliação da UTI, ainda continua. Por isso não passou mais detalhes. Já a Sociedade Beneficente São Camilo divulgou que não tem conhecimento dessa tratativa visando a uma parceria com o Estado, e também não confirma a visita da entidade ao CHS. A diretora regional do SindSaúde rebate que a direção do CHS teria repassado aos médicos que uma equipe do São Camilo assumirá toda a UTI e que os médicos concursados seriam transferidos para outras áreas do hospital. A Secretaria reiterou que o convênio seria firmado para complementar o quadro de profissionais e não substituir os existentes. 

Terceirização 
Os rumores sobre a terceirização da ala de UTI do CHS começaram na semana passada, quando o interventor e diretor Luís Cláudio Azevedo Silva teria informado aos médicos que, para haver aumento do número de leitos dos atuais 10 para 30, o setor precisaria ser administrado por outra entidade. Com isso, a equipe médica procurou o Sindicato dos Médicos de Sorocaba e região, por temer pela manutenção de seus empregos. A Secretaria de Estado da Saúde negou a terceirização da UTI e apontou que, para poder ampliar o número de leitos, estuda a possibilidade de firmar convênio com entidade filantrópica, que ficaria incumbida de enviar os profissionais necessários, além dos já existentes no Hospital, para realizar os atendimentos. Também segundo o Estado, caso fosse realizado concurso público para contratação de profissionais, isso demoraria no mínimo seis meses, por conta dos processos burocráticos.

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1 Comentários

  1. Não à privataria da saúde do PSDB:
    Projeto de privatização do Hospital das Clínicas racha base de Alckmin. Os deputados do PT resistiram à votação do projeto e criticaram o sistema que vai enfraquecer ainda mais o SUS e legitimar a “porta dupla” adotada pelo hospital, que há anos é criticada e, inclusive, já sofreu ações judiciais questionando esta prática.

    O governo Alckmin tem a maioria na Assembleia, mas não conseguiu colocar seus deputados em Plenário para aprovarem a propositura que está na Casa desde 2006 e sofreu resistência de integrantes inclusive do PSDB
    http://www.ptalesp.org.br/noticia/?acao=ver&id=3637

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