Bancos aposentam portas com detectores de metais


Folha de S.Paulo

Os principais bancos brasileiros iniciaram um processo de retirada das portas com detectores de metal das agências espalhadas pelo país. Feita de forma gradual e sem alarde, a ação é uma mudança na disseminação desses equipamentos, deflagrada nas décadas de 1980 e 1990 quando o Brasil via recordes de roubos a bancos.
Naquela época, São Paulo registrava mais de 1.200 roubos por ano. Em 2011, foram 251 casos registrados.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, apesar da queda nas ocorrências, as portas giratórias estão sendo retiradas por causa do grande número de processos judiciais.
São ações de danos morais movidas por clientes que se sentiram constrangidos diante de dificuldades de acesso às agências devido ao travamento dessas portas.
Na ponta dessa tendência estão dois dos principais bancos privados, Itaú e Bradesco, que devem ser seguidos pelas outras bandeiras.
Novas agências estão sendo construídas já sem os equipamentos. As antigas estão sendo reformadas para a retirada. Isso vale para todos tipos de agência e não só para as chamadas "prime".
O Itaú confirma. Diz que retirará as portas em todas as agências do país. Só manterá onde for obrigado por lei [municipais ou estaduais] ou por insegurança. Já o Bradesco nega, apesar de casos registrados pela reportagem.
De 12 agências do Bradesco visitadas pela reportagem em São Paulo, 9 não têm mais portas giratórias. No Itaú, 4 -- em 9 unidades-- também não têm. No total, de 48 agências de várias bandeiras, 15 estão sem o equipamento.
Aviso
Equipes de segurança dos bancos, incluindo do Bradesco, comunicaram a retirada das portas aos policiais da Delegacia de Roubo a Banco. Segundo o delegado Rodolpho Chiarelli Junior, funcionários ligados à segurança bancária confirmam que a principal motivação são os processos.
Resposta
Equipamento é opcional, afirma Febraban A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que a segurança de seus funcionários e clientes é "uma preocupação central" dos bancos associados e, por isso, há um investimento anual de R$ 9,4 bilhões nessa área.
Questionada, a federação não comentou a retirada das portas giratórias das agências.
Também em nota, mencionou que a lei federal 7.102 estabelece que a implantação das portas giratórias é opcional. "Um entre outros dispositivos mecânicos ou eletrônicos de segurança.
O Itaú afirma que o processo de retirada das portas giratórias faz parte de uma política para tornar as agências mais "amigáveis" para os clientes.
Além dessa medida, o banco diz que as agências passam por uma remodelação também para tornar menos ostensivas as guaritas da vigilância.
O banco diz que o nível de segurança será mantido. Afirma também que as portas serão substituídas por outros equipamentos, mas não diz quais.
O Bradesco nega ter uma política para retirada das portas. Em nota, diz que as agências sem os equipamentos seguem "um plano de segurança próprio aprovado pela Polícia Federal".

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