Justiça interrogará os 8 réus em abril



Eles são acusados de corrupção em esquema de pagamento de propina para Prefeitura e sindicato
Leandro Nogueira 
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br 

Os oito réus denunciados por participação em um suposto esquema de corrupção na concessão de alvarás para funcionamento de postos de combustíveis em Sorocaba serão interrogados na Justiça em dois meses. A denúncia foi oferecida à 1ª Vara Criminal de Sorocaba há 22 meses e o processo corre em segredo, mas o Cruzeiro do Sul obteve a informação de que as próximas audiências foram marcadas para os dias 18 e 24 de abril, a partir das 13h. 

No ano passado, o juiz da 1ª Vara Criminal de Sorocaba, Jayme Walmer de Freitas, falou que desejava determinar a sentença ainda em 2011. A coleta dos depoimentos dos réus que acabou agendada para abril de 2012, mas ele dizia que tinha a intenção de fazer em setembro ou outubro de 2011. Ontem, a reportagem tentou conversar com o magistrado para conhecer os motivos que consumiram mais tempo do que ele desejava, mas a informação obtida no Fórum é a de que o juiz retorna hoje das férias. Em 2011, Jayme Walmer explicou que após ouvir as testemunhas iria colher os depoimentos dos réus, para então reunir as alegações finais do Ministério Público e dos advogados de defesa, e proferir a sentença. 

O suposto esquema de pagamento de propinas em favorecimento a revendedores de combustíveis, para adquirir licenças na Prefeitura, foi denunciado à Justiça em abril de 2010. Durante as investigações que consumiram 18 meses, em parceria com a Polícia Civil o Ministério Público (MP), foram presas temporariamente personalidades da sociedade sorocabana e membros da Prefeitura, do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) e do Grupo Pão de Açúcar. 

Os réus 

Alguns dos réus foram presos temporariamente em setembro e outubro de 2009, durante a chamada Operação Pandora, deflagrada pelo MP, por meio do núcleo de Sorocaba do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e Polícia Civil, pelo Grupo Antissequestro (GAS). A ex-presidente regional do Sincopetro, Ivanilde Vieira Serebrenic, foi acusada pelo MP por crimes formação de quadrilha, corrupção ativa (por três vezes) e extorsão; o ex-secretário Municipal de Governo, Maurício Biazotto Corte foi acusado por formação de quadrilha e corrupção passiva; o ex-secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, José Dias Batista Ferrari, por formação de quadrilha e corrupção passiva; o engenheiro da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo, Jeferson Tadeu Polanzan Aily, por corrupção passiva e formação de quadrilha. 

O então advogado do Sincopetro, Alexandre de Menezes Simão, por crimes de formação de quadrilha e extorsão; na época assessora de Ivanilde (Sincopetro) e hoje companheira de Biazotto (Secretaria de Governo), Valéria Aparecida Cavaller, por crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa (por três vezes). Outros dois profissionais que representavam o Grupo Pão de Açúcar, detentor da marca Extra, também são réus: Humberto do Amaral Monteiro, acusado por formação de quadrilha, corrupção ativa e furto qualificado e Dalton Benedito Peres Júnior, por crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa (por três vezes) e furto qualificado.

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