A LEITURA CORPORAL NA TERAPIA MORFOANALITICA COMO ESCUTA PARA IDENTIFICAR A RESISTENCIA DOS PACIENTES NO PROCESSO TERAPEUTICO


Jornal da Estância
Sendo a Morfoanálise uma terapia psicocorporal que trabalha a observação do corpo, com respiração, manobras de reajustamento postural, toques e massagens, não exclusivamente um trabalho corporal, considera também o intercâmbio verbal. A visão de que a psicoterapia corporal despreza a fala, não é verdadeira, existe o trabalho verbal, a linguagem e a elaboração simbólica integram a terapia, tudo no seu tempo e espaço.
O processo de análise deve propiciar meios de trazer à luz da consciência aquilo que antes estava fora dela, buscando resolver o que traz sofrimento psíquico, como por exemplo, as escolhas da vida amorosa e profissional, o gostar e não gostar de determinadas situações ou pessoas.
Segundo Reich, os pensamentos mobilizados por fatores inconscientes, com freqüência dificultam o processo de análise, citamos alguns aspectos que o paciente apresenta como sinal de resistência no processo terapêutico, como: chegar à sessão em atraso ou mesmo faltar, ficar em silencio, esquecer o dia de vencimento para pagamento. Esses sinais impedem os sentimentos de associação livre das idéias, não revelando sentimentos que julgam negativos e impróprios em relação ao tratamento.
Outra resistência estudada por Reich, e pouco investigada por ouras escolas, vem a ser o estudo do caráter (o próprio jeito de ser) do sujeito em analise, o que pode levar ao fracasso do tratamento, porém esse aspecto não impede do sujeito em realizar sua terapia. A pessoa encoberta os seus sentimentos de vergonha, medo dúvida, ironia, desprezo, ceticismo ou desconfiança em relação à pessoa do analista, ficando encouraçada ao processo de análise, imune aos esforços do analista.
Alguns tipos de comportamentos, que pacientes podem manifestar em psicoterapia, onde é provável encontrar resistência:
- os que são sempre confiantes e trazem material abundante, sem mostrar sentimentos negativos em relação ao terapeuta;
- os que os afetos estão paralisados, apresentam uma dissociação de idéias e emoções;
- os que se mostram sempre convencionais e corretos, bem educados, corteses;
- os que apresentam falta de autenticidade de sentimentos, “representam” para enganar o terapeuta.
Cabe ao terapeuta estar atento com o “olhar analítico” no corpo concreto do paciente, de gestos, aparência, posturas, nas diversas formas de resistências, as quais impedem o crescimento do paciente. A terapia Morfoanalítica através do trabalho corporal, busca trazer a luz da consciência os pensamentos que tanto atemoriza a pessoa humana e que causa o sofrimento psíquico, para que possa desfrutar da sabedoria da natureza que existe dentro de cada um, recuperando a vitalidade perdida.
Juliana Arantes / Terapeuta Morfoanalista.

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