Jornal da Estância
Muito se fala sobre a responsabilidade do Estado na proteção e na promoção dos
direitos da infância. Volta e meia cobra-se da escola a educação das crianças,
por meio da constituição de conhecimentos e valores. Isso sem falar, é claro,
na responsabilidade dos meios de comunicação, no sentido, por exemplo, de não
violar e ou encurtar a infância, por meio de suas narrativas e linguagens. O que
dizer da publicidade, sempre alvo, justo, de críticas? Essas são algumas das
cobranças legítimas que, cada vez mais, são exigidas por uma sociedade que está
aprendendo a cobrar pelos seus direitos.
Mas, neste início de ano, quero ratificar que esta mesma sociedade
também tem deveres para com a infância, e em especial a família. Será que pais
e ou mães estão de fato, e de direito e dever, exercendo seus papéis de
orientadores, educadores, mediadores, enfim, de pais?
Não quero tirar a responsabilidade das instituições que citei acima, mas
é imprescindível, sim, que os pais exerçam o papel que lhes foram outorgados.
Muitas vezes, assistimos a um completo deslugar que ocupam na vida dos filhos.
Não são exemplos nem dão exemplos. Não educam, não ensinam. Em alguns extremos,
não sabemos quem são os filhos e quem são pais. Neste cenário, jogar a
responsabilidade para o ‘outro’ é mais fácil.
Os pais precisam assumir quem realmente são na relação com os filhos.
Não no sentido autoritário, mas na autoridade que lhes cabe. As crianças
precisam de pais presentes, atentos, equilibrados, que saibam dialogar,
ensinar, brincar, respeitar e dizer não.
Sei que muitas famílias, por exemplo, passam por situações
financeiras complicadas, por crises em seus relacionamentos, por falta da
figura paterna ou materna, mas creio que estes problemas não possam ser
transformados em justificativas para a não-obrigação, de educar os filhos. Que
o digam inúmeras famílias. E o que dizer então daquelas que, aparentemente, não
enfrentam problemas financeiros e ou da ordem emocional e ainda sim não são
presentes?
Que em 2012 sociedade, estado, instituições e os pais das crianças
estejam unidos, cada qual cumprindo com o seu papel, para uma infância mais
feliz.
Por Marcus Tavares
Jornalista. Doutorando em Educação pela PUC-RIO. Editor da revistapontocom
Jornalista. Doutorando em Educação pela PUC-RIO. Editor da revistapontocom
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