Sacolas plásticas voltam aos supermercados


Cruzeiro do Sul

Os consumidores que forem às compras sem sacolas poderão solicitá-las de graça nos caixas. Quem tiver de pagar pela embalagem pode procurar o Procon
As tradicionais sacolinhas plásticas voltaram aos caixas das redes de supermercados de Sorocaba e de todo o Estado de São Paulo. A medida atende a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que determina a distribuição gratuita de embalagens, inclusive, das sacolinhas antigas. Desta vez, porém, o prazo de permanência das polêmicas sacolinhas é limitado: vai só até o dia 3 de abril. Até lá, os consumidores que forem às compras sem sacolas poderão solicitá-las de graça nos caixas. Quem tiver de pagar pela embalagem para acondicionar os produtos pode procurar o Procon.

As redes de hipermercados Extra (Campolim e Jardim Santa Rosália), Carrefour (Campolim e Zona Norte), Wal Mart (Campolim) e Coop (Árvore Grande e Itavuvu), assim como os estabelecimentos ligados à Rede Bom Lugar e demais supermercados voltaram a disponibilizar as sacolinhas plásticas na cidade. No entanto, ainda de forma tímida, já que em muitos locais as embalagens gratuitas estavam sob os balcões. O TAC assinado na última sexta-feira, dia 3, entre o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE), Fundação Procon e Associação Paulista de Supermercados (Apas) determina o prazo de 60 dias para adaptação dos consumidores. Nesse período, os supermercados devem oferecer uma alternativa para os consumidores transportarem as compras.

Por seis meses, os estabelecimentos devem ainda disponibilizar uma sacola reutilizável econômica com preço de até R$ 0,59. E por um período de um ano, os operadores de caixa são obrigados a informar aos consumidores, antes de passar os produtos, que as sacolinhas não serão mais fornecidas. O TAC também prevê aos lojistas uma multa diária de R$ 25 mil pelo descumprimento do compromisso. Além disso, no dia 15 de março, Dia do Consumidor, os estabelecimentos distribuirão de forma gratuita uma sacola reutilizável para o consumidor que comprar pelo menos cinco itens.A sacola reutilizável poderá ser trocada num prazo de até seis meses, gratuitamente, se estiver danificada. A formalização do TAC envolveu as Promotorias de Justiça do Consumidor e do Meio Ambiente da Capital.
Campanha e consumidor
Os supermercados do Estado deixaram de fornecer as sacolinhas plásticas descartáveis aos consumidores no dia 25 de janeiro deste ano, quando teve início a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”. A iniciativa faz parte de um acordo entre a Associação Paulista dos Supermercados (Apas) e o Governo do Estado. Além das sacolas reutilizáveis, com preços comercializados pelas lojas, o acordo, que não tem força de lei, prevê a venda das sacolas biodegradáveis (produzidas de amido) ao preço de R$ 0,19 cada. Para quem não quiser comprar as sacolas há a opção da caixa de papelão.
A ideia da campanha é incentivar a substituição das sacolas plásticas por uma opção mais sustentável ou por embalagens reutilizáveis. O chefe de fiscalização do Procon Sorocaba, José Antonio de Oliveira Júnior, apoia a iniciativa em prol do meio ambiente, mas defende os direitos do consumidor. Ele explica que nesse período de 60 dias previsto pelo TAC, o consumidor pode recorrer ao Procon caso o supermercado não ofereça alternativas para facilitar o transporte das compras com embalagens compatíveis com o produto adquirido. “Se ele tiver que gastar, deve guardar a nota fiscal e procurar o Procon.

Para José Antonio, as sacolinhas biodegradáveis deveriam ser de graça. O tabelamento das sacolas citadas -R$ 0,19 cada - foi criticada pelo chefe de fiscalização do Procon. “Defendemos a lei da livre concorrência”, justifica. José Antonio ainda explica que a ação ambiental deveria envolver todos os segmentos, inclusive com a mobilização das indústrias. “Só não pode jogar no colo do consumidor.” O Procon fica na rua Doutor Nogueira Martins, 513, no Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.

Adaptação
Para o almoxarife Maurício de Oliveira, 34, o retorno das sacolinhas plásticas é um retrocesso. “A gente sabe que entope bueiros, polui córregos e rios da cidade. Faz mal ao meio ambienta”. Ele conta que desde o início da campanha tem tentado se adaptar. Normalmente traz sacolas retornáveis, além de preferir as caixas de papelão disponibilizadas pelos supermercados. O funileiro Cristopher Maycon Guimarães Nascimento, 25, confessa esquecer de carregar embalagens e tem levado as mercadorias direto para o carro. “Hoje (ontem) a moça deu as sacolinhas”, conta o torneiro mecânico Alexandre Guilherme Ayres, 27, do Jardim São Guilherme. “Mas tem de eliminar essas sacolinhas”, acrescenta o torneiro mecânico.

Juliana Mendes, 25, revela que pretende continuar a dispensar as sacolinhas plásticas. Ela carregava suas compras em caixas. “A gente tem de se adaptar mesmo, então continuo no ritmo”, destaca. A caixa Maria de Lourdes Saballera, 27, comenta que estava se acostumando com as caixas e sacolas retornáveis da sogra, mas acabou aceitando as sacolinhas após passar pelo supermercado. “Não ia comprar nada, mas acabei saindo com várias coisas.” Para o gerente do Coop -Itavuvu, Maurício dos Santos Correia, a retirada das sacolinhas não gerou grandes traumas.
Ele explica que antes da campanha eram oferecidas alternativas. Mesmo ontem, primeiro dia útil após a retomada das sacolinhas plásticas, os consumidores continuavam a procurar as caixas de papelão e traziam suas sacolas retornáveis, adquiriam outras, ou então vinham com caixas plásticas que cabem dentro dos carrinhos. “Esperava um impacto maior, mas acho que as pessoas vão acabar se adaptando sem as sacolinhas”, acredita o gerente.

Postar um comentário

0 Comentários