Sentença de réus de Mairinque, SP, só sai daqui a pelo menos três meses



Nesse intervalo, promotoria e defesa se manifestarão por escrito.

Acusados retornam para as penitenciárias onde estavam presos.

Mayco GerettiDo G1 Sorocaba e Jundiaí
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Quem esperava uma sentença para os 38 réus julgados por tráfico de drogas nesta sexta-feira (10) em Mairinque, no interior de São Paulo, terá de esperar mais. Muito mais. A juíza responsável pelo caso determinou que Ministério Público e os advogados dos réus façam suas alegações finais por escrito, depois que todos os depoimentos que foram taquigrafados durante a audiência sejam transcritos. O veredicto definitivo deve demorar no mínimo 90 dias para sair.
No início do julgamento, que foi fechado para a imprensa, a informação divulgada foi a de que as alegações finais de defesa e Promotoria seriam feitas de forma verbal ao final dos depoimentos dos presos. Mas, em razão do número de réus e da complexidade do caso, o procedimento foi alterado.
A transcrição dos depoimentos deverá ser concluída dentro de 30 dias. Depois disso o Ministério Público terá 10 dias para suas alegações por escrito e em seguida é a vez da defesa dos réus, que terá prazo de 60 dias.
A sentença será definida sem a presença dos réus: seus advogados serão informados e os acusados, que já estão cumprindo prisão preventiva, receberão uma intimação com a decisão da Justiça.
Os que eventualmente forem absolvidos deixarão a unidade prisional imediatamente. Caso haja condenação, será definido se cada preso fica na unidade onde está ou se será transferido. Atualmente os presos estão espalhados por penitenciárias de São Paulo, Campinas,Sorocaba e Serra Azul.
Entenda o caso
Os 38 réus julgados nesta sexta-feira são acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Eles foram presos entre maio e dezembro de 2011 em São Paulo, Mairinque e em outras cidades na região de Sorocaba.
Segundo a investigação da polícia, a pretensão da quadrilha, que é ligada a uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídos paulistas, era formar um cartel que dominasse o tráfico de drogas ao longo das cidades cortadas pela rodovia Raposo Tavares (SP-270), que liga a capital paulista à região oeste do Estado.
A quadrilha toda, segundo o Ministério Público, é formada por 50 pessoas. Outros 12 integrantes, presos no mesmo período, serão ouvidos em nova audiência que será realizada na próxima semana.
Sem estruturaO julgamento praticamente parou a cidade de Mairinque, que tem cerca de 45 mil habitantes. Por causa da ligação entre presos e facção criminosa, havia o temor de que pudesse haver uma tentativa de resgate de presos planejada pelo crime organizado, o que não se confirmou.
Algumas situações curiosas ocorreram por conta da falta de infraestrutura. O almoço dos acusados, por exemplo, foi feito de sanduíches de presunto e queijo pagos pelo juiz do próprio bolso, já que o Tribunal de Justiça de São Paulo não prevê alimentação em casos de julgamento em que não há júri.
Além disso, como os acusados não podiam ouvir os depoimentos uns dos outros, alguns deles tiveram de aguardar essa fase do julgamento, iniciada por volta das 17h30,dentro dos caminhões em que foram transportados dos presídios que ocupam até Mairinque.
A decisão de que a sentença será divulgada sem a presença dos réus evita que todo esse aparato seja montado novamente.

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