Comerciantes do Ceagesp protestam e fecham av. Gastão Vidigal



Folha de São Paulo 


A avenida Gastão Vidigal, na região da Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, estava totalmente bloqueada nos dois sentidos, por volta das 7h30 desta quarta-feira, devido a um protesto de comerciantes do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). A manifestação é pacífica.
Com o bloqueio, o motorista que segue no sentido da marginal Tietê deve desviar pela rua Aroaba, pela avenida Imperatriz Leopoldina, pela Queiroz Filho, praça Apecatu e retorna para a Gastão Vidigal. Já quem segue no sentido da marginal Pinheiros deve usar a rua Froben, a Imperatriz Leopoldina, a Queiroz Filho e retorna para a Gastão Vidigal.
Os cerca de 400 comerciantes protestam desde as 6h30 de hoje contra o novo sistema de controle do estacionamento e da segurança do local que deverá cobrar R$ 4 por hora para utilitários e pequenos caminhões. Veículos de carga maiores pagarão R$ 5.
Os manifestantes querem garantias de que produtores e compradores de alimentos não tenham que pagar ficara com seus caminhões ali por até quatro horas. O valor pela permanência por até dez horas chega a R$ 60.
Segundo Carlos Eduardo Haiek, presidente da Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo), clientes e caminhoneiros não estão sendo impedidos de entrar no local com o protesto, mas comerciantes, produtores, funcionários e carregadores aderiram ao protesto.
A SPTrans informou que a manifestação provoca ainda o desvio de 16 linhas de ônibus. Não foram informadas quais são as linhas afetadas, mas agentes estão no local para orientar os desvios.
Em toda a cidade de São Paulo, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) apontava 69 km de lentidão, o que representa 7,9% dos 868 km de vias monitoradas. O índice estava acima da média do horário, que é de 6,2%. A pior região era a zona oeste, com 27 km de filas.
Já a pior via era a marginal Pinheiros, com 6,2 km de congestionamento na pista expressa, no sentido Interlagos. A retenção ia da Castello Branco até a Eusébio Matoso.
Segundo o serviço da empresa MapLink, usado pela Folha, a cidade tinha 303 km de filas no horário.
Editoria de Arte/Folhapress
CEAGESP
A Ceagesp já elaborou um edital de contratação de uma empresa para gerir o novo sistema, que terá 299 câmeras e portarias automatizadas. O valor do contrato é estimado em R$ 147,6 milhões.
Para Celso Itiki, comerciante da Ceagesp, o novo sistema é necessário devido a crimes e ao abuso de caminhoneiros. "Tem caminhão sem frete que fica esperando o dia inteiro para ver se consegue uma carga."
Ele, porém, diz que produtores e compradores não devem ser cobrados.
A Ceagesp afirma que um sistema eficiente de segurança para o estacionamento é uma exigência do Ministério Público por causa das denúncias de prostituição de adolescentes na área do entreposto.
No edital, a companhia reconhece os problemas: "Frequentemente são detectadas situações criminosas, tais como furtos, roubos, brigas, prostituição, contrabando etc.".
O entreposto tem cerca de 1.200 comerciantes. Segundo Itiki, o objetivo do protesto é incluir no edital a isenção que reivindicam, para que ela fique garantida. De acordo com ele, a Ceagesp diz que a demanda poderá ser negociada.
A companhia afirma que não irá mudar o edital agora e confirma que haverá negociações.

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