Credores da Grécia aceitam perdoar parte da dívida


O plano de reestruturação da dívida soberana grega ganhou a adesão de 95,7% de seus credores


EFE e Daniela Milanese, correspondente da Agência Estado
LONDRES - O plano de reestruturação da dívida soberana grega ganhou a adesão de 95,7% de seus credores, informou nesta sexta-feira a Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA).
Os detentores privados de 152 bilhões de euros em dívida grega (85,8%) - dos 177 bilhões do total - aceitaram o perdão de forma voluntária. A eles se somam os possuidores do resto da dívida inscritos em leis diferentes da grega, que enviaram seu "consentimento" para proceder à reestruturação de seus títulos.
Segundo os cálculos da PDMA, a soma destes dois tipos de bônus chegaria a 197 bilhões de euros, ou seja, 95,7% dos 206 bilhões em dívida a reestruturar. A Grécia precisava da participação de pelo menos dois terços de seus credores para realizar a troca dos bônus atuais por outros depreciados, na maior reestruturação de dívida soberana de sua história.
Calote
O comitê da Associação Internacional de Derivativos e Swaps (ISDA) irá se reunir hoje, às 10 horas (de Brasília) para determinar se houve default da Grécia. A associação informou que recebeu novo pedido de análise sobre o país, aceito para consideração nesta sexta-feira. Não foi especificado o teor do pedido.
A ISDA já havia se pronunciado anteriormente sobre a inclusão de cláusulas de ação coletiva (CACs) na legislação grega e a subordinação de credores ao Banco Central Europeu. Segundo a associação, esses fatores não constituem eventos de crédito.
Entretanto, a entidade também tornou público entendimento de que, caso as CACs seja ativadas, poderão representar default formal, o que dispararia os contratos de swaps de default de crédito (CDS).
O governo grego anunciou hoje que credores representando que 172 bilhões de euros em títulos se manifestaram na oferta de troca de dívida em curso. Se as CACs foram ativadas, a participação dos investidores atingirá 95,7%, nível desejado pelo governo grego e visto como necessário para que o país receba novo pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

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