Hospital sofre com falta de médicos, camas e material


Tatiana Santiago

do Agora
Pacientes em macas nos corredores. Quatro meses sem cirurgia ortopédica por falta de material.
Leitos sem uso por falta de colchões. UTI pediátrica fechada há um ano e três meses.
Quadro de funcionários com 119 médicos a menos. Ambulância parada por falta de macas. O Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, pede socorro.
Na manhã de anteontem, a reportagem do Agora esteve na unidade e flagrou corredores cheios de macas.
Oito pacientes aguardavam deitados em camas improvisadas.
"É muito triste ficar aqui e desconfortável, sinto muita dor nas costas, mas tenho que aguentar. Dou uma cochiladas, mas não consigo dormir", disse o pedreiro Ronilso dos Santos, que, com dois braços quebrados, estava desde sábado no corredor.
Enquanto pacientes dormiam nos corredores, o Agora encontrou, no oitavo andar, para onde vai quem já passou por cirurgia, quartos vazios, com camas sem colchões.
Resposta
A Secretaria Municipal da Saúde disse em nota que o Hospital do Campo Limpo está passando por melhorias e que "está adquirindo" equipamentos para mobiliar "alguns quartos" da unidade.
A pasta afirmou que a falta de médicos "é um problema nacional e de conhecimento público, que afeta instituições de todo o país, inclusive a rede privada".
Segundo dados da secretaria, o número desses profissionais na rede municipal saltou de 8.606, em 2004, para 14.378, neste ano.
A secretaria disse que mantém o quadro de vagas constantemente aberto para contratações.
Sobre o fato de a UTI pediátrica estar fechada há 15 meses, a pasta disse "está com contrações abertas e vem se esforçando para complementar seu quadro de plantonistas", para garantir a reabertura do espaço e o atendimento adequado às crianças.

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