José Serra vence prévia do PSDB em São Paulo com 52,1% dos votos


Ex-governador teve 3.176 votos; Aníbal e Tripoli receberam, respectivamente, 1.902 e 1.018 votos


Bruno Boghossian, do estadão.com.br, e Julia Duailibi, de O Estado de S. Paulo - Atualizado às 20h35
SÃO PAULO - O ex-governador José Serra venceu a prévia do PSDB de São Paulo, com 52,1% dos votos, e será o candidato do partido para concorrer à Prefeitura da capital paulista neste ano. Serra teve 3.176 votos. Os outros concorrentes, o secretário José Aníbal e o deputado federal Ricardo Tripoli, receberam, respectivamente, 1.902 e 1.018 votos. No total, 6.229 filiados tucanos participaram do processo, iniciado às 9 horas deste domingo, 25, nos 58 diretórios zonais do PSDB. 

Em discurso após a apuração, Serra criticou indiretamente o PT e a gestão de Marta Suplicy - Thiago Teixeira/AE
Thiago Teixeira/AE
Em discurso após a apuração, Serra criticou indiretamente o PT e a gestão de Marta Suplicy
Ao votar no diretório zonal do Butantã, o governador Geraldo Alckmin afirmou que a prévia tucana não irá dividir o partido e que o processo legitima o candidato que vencer a disputa. Alckmin, que declarou ter votado em Serra, disse que foi um ato de humildade do ex-governador se submeter ao processo de prévia da sigla.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também declarou apoio a Serra, ao votar por volta das 12h no diretório regional de Perdizes, que foi montado em um estacionamento na esquina das avenidas Glete e Barão de Limeira. "Todos candidatos são preparados, mas eu tenho uma longa história política com o Serra", justificou o ex-presidente. Até então, ele não havia declarado em quem votaria no processo interno do partido.
Ao discursar após a proclamação do resultado da prévia do PSDB, Serra criticou indiretamente o PT e a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), evidenciando uma das linhas que adotará na campanha. “Eles se especializaram em gritaria, conversa mole, cooptação e no uso da máquina pública para servir aos interesses de um partido”, disse.
O tucano falou que ao assumir a Prefeitura, em 2005, a cidade estava “falida” e que havia “fila de credores” para receber pagamentos. “Vamos ter que mostrar, não atacando, mas para deixar claro a a diferença entre nós e eles.”
O ex-governador tentou destacar a parceria com Alckmin, outra linha que será adotada na campanha. “Como prefeito de São Paulo, a parceria principal, fundamental, é com o governo do Estado”, disse ele, que também mencionou a parceira com o governo federal.
Alckmin chancelou o discurso de Serra. “Vamos fazer uma boa dobradinha: o Marcos ou Neymar. Luis Fabiano ou Liédson. Podem escolher. Serra está preparado para ser o melhor prefeito da história de São Paulo”, afirmou o governador, citando nomes de jogadores de clubes paulistas.
Serra tentou dar um enfoque local ao seu discurso, citando números e bairros da cidade. “É uma eleição local. Muitos tentarão fugir disso”, declarou ele, ao mencionar uma “folha de serviços” prestados para a cidade.
Deixou, porém, passar críticas ao governo federal ao citar a “paralisia” que vive o governo em razão das alianças no Congresso. Foi quando defendeu coligações para não só “ganhar a eleição”, como para governar a cidade.
“Temos que estar muito abertos para fazer aliança – aliança de verdade, não aliança em torno de interesses imediatos, que levam à paralisia da administração, como ameaça acontecer na esfera federal. Vamos ter que somar para ganhar e para administrar”, disse Serra.

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