Presos acusados de tramar ataque a alunos em Brasília


Folha de S.Paulo

Curitiba - Polícia Federal prendeu dois homens ontem, em Curitiba, por suspeita de apologia à violência e discriminação contra mulheres, negros, nordestinos, homossexuais e judeus na internet.
Segundo a PF, além de manter um site com conteúdo racista, o brasiliense M.V.S.M., 29 anos, e o curitibano E.E.R., 32, planejavam um ataque a alunos da UnB (Universidade de Brasília).
Os dois mantinham o domínio silviokoerich.org, cujos textos eram ilustrados com fotos de mulheres decapitadas e continham frases que incitavam o estupro e morte de mulheres que mantinham relações sexuais com negros. Também pediam a legalização da pedofilia.
Um texto de 12 de março dá a entender que os suspeitos pretendiam matar alunos de ciências sociais da UnB. "A cada dia que se passa fico mais ansioso, conto as balas, sonho com os gritos de vagabundas e esquerdistas chorando, implorando para viver", diz um trecho.
A PF investiga se a dupla trocou mensagens com Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo, antes do massacre que matou 12 alunos, em abril de 2011. No site, mensagens afirmavam que a dupla se correspondeu com o atirador.
Segundo a polícia, M., que é técnico de informática, era o responsável pelo site. No seu quarto de hotel, em Curitiba, havia o mapa de uma casa em Brasília em que são feitas festas de alunos.
M. já cursou letras na Unb. Em 2009, ele foi condenado por racismo na internet ao ofender colegas favoráveis às cotas raciais. Ele havia deixado a universidade em 2006.
Site
"Esse é um dos casos mais graves em que já estive à frente. Não só pela discriminação, mas pela pregação do extermínio", disse o delegado Flúvio Garcia.
O site da ONG SaferNet, que monitora casos de apologia à violência e racismo, registrou até a semana passada 69.729 queixas contra o site. Segundo a PF, o site está hospedado em um provedor da Malásia.
Resposta
A Polícia Federal não informou ontem quem são os advogados dos dois acusados.
Até a conclusão desta edição, os suspeitos ainda estavam sendo interrogados por agentes da Polícia Federal, na sede do órgão em Curitiba, no Paraná.
A polícia não informou se eles negaram ou confirmaram as acusações.
A reportagem também não conseguiu localizar ontem os familiares dos dois acusados para comentar as suspeitas da Polícia Federal e as prisões.

Postar um comentário

0 Comentários