Secretários irão à Câmara hoje para explicar furtos


Montgomery e Pustiglione serão ouvidos pelos 20 vereadores após as sessões
Notícia publicada na edição de 13/03/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Wilson Gonçalves Júnior
wilson.junior@jcruzeiro.com.br

Os secretários municipais Mario Pustiglione (Administração) e Roberto Montgomery Soares (Segurança Comunitária) serão ouvidos hoje, após as sessões ordinárias e extraordinárias, pelos vinte vereadores de Sorocaba em relação aos casos de depredação e furtos em próprios municipais, como o arrombamento do prédio da antigo Matadouro e furto de peças do patrimônio histórico da cidade, caso publicado com exclusividade pelo jornal Cruzeiro do Sul, no dia 25 de fevereiro.

A ida dos secretários foi agendada primeiramente para a sessão do dia 8 de março, entretanto foi remarcada para hoje, diante de compromisso na agenda do secretário de Segurança Comunitária, Roberto Montgomery. A convocação partiu dos vereadores do PT, Izídio de Brito e Francisco França e houve acordo com o líder do governo, Paulo Mendes (PSDB), na sessão ordinária de 28 de fevereiro.

Os petistas queriam ouvir também o secretário de Cultura, Anderson Santos, mas o acordo trará ao Legislativo os chefes das pastas responsáveis pela vigilância de todos os prédios públicos, Pustiglione e Montgomery. "Se fosse chamar o Anderson, teria também que chamar a Terezinha Del Cistia (secretária de Educação), já que a Educação também tem prédios públicos que sofreram a ação da criminalidade. Estarão presentes os secretários responsáveis pelos prédios municipais", disse o vereador Paulo Mendes na oportunidade.

De acordo com Paulo Mendes, serão discutidos hoje a ampliação dos níveis de segurança nos próprios municipais, como por exemplo o sistema de videomonitoramento e de alarmes na cidade.

Caso

O furto de peças arqueológicas e da reserva técnica dos museus da cidade foi descoberta no dia 24 de fevereiro no prédio administrado pela Secretaria da Cultura (Secult), situado na rua Paes de Linhares, no Brasilândia, onde fica o antigo Matadouro Municipal. A lista de produtos contém praticamente todo o acervo do Casarão de Brigadeiro Tobias, que inclui arreios e utensílios do tropeirismo dos séculos 19 e 20. Roupas e fragmentos da maquinaria referentes à Estrada de Ferro Sorocabana também foram levados. Os bandidos retiraram ainda urnas e ossos indígenas datados de aproximadamente mil anos, encontrados na região e legalmente pertencentes à União.

As peças levadas pelos bandidos eram aquelas não expostas nos museus de Sorocaba. Elas ficavam guardadas e, temporariamente, eram colocadas para a visitação pública no Museu Ferroviário, no Museu Histórico Sorocabano - situado no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros - e no Casarão de Brigadeiro Tobias - atualmente fechado para reforma. Os vidros do local foram quebrados, provavelmente com pedras. O mesmo ato de vandalismo foi feito nas demais janelas da fachada da construção. Até duas pias de banheiro, presas nas paredes, foram furtadas. No local, havia apenas um vigia, que trabalhava no horário comercial, de segunda à sexta-feira das 8h às 17h.

No último sábado, o jornal Cruzeiro do Sul trouxe uma matéria retratando que o prédio destinado para a estocagem das peças arqueológicas e da reserva técnica dos museus de Sorocaba era constantemente invadido. Vizinhos do local informaram que nos últimos três meses o terreno serviu até como campo de futebol, com partidas disputadas no piso cimentado. O acesso ao local era pelo portão principal.

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