Alumínio agrada pela tranquilidade



Entretanto, moradores se queixam da falta de lazer

 Jornal Cruzeiro do Sul,
Fernando Guimarães
fernando.guimaraes@jcruzeiro.com.br

Alumínio comemora 19 anos nesta segunda-feira, dia 2 de abril. Embora seja uma cidade tranquila para se morar, ter um número pequeno de habitantes e oferecer condições de vida adequadas aos moradores, estes reclamam da falta de lazer, como cinema, museu e teatro, por exemplo. Apenas o Condoville, um condomínio de empresas tradicional, é que oferece um espaço cultural e de lazer aos moradores: o Espaço Cultural Euripedes Barsanulfo. Mas é pouco para uma população que tem boa formação e se preocupa com a cultura da cidade. Entendem que a Prefeitura poderia fazer investimentos nesse aspecto e assim oferecer mais alternativas de lazer e cultura para a população.

O frentista Renan William da Silva, de 20 anos, gosta de morar na cidade e diz que viver em Alumínio é muito bom. Ele só lamenta o fato de ter de viajar, aos finais de semana, para Sorocaba, por exemplo, onde mora a mãe, a fim de buscar opções de lazer e entretenimento. "Nós temos festival de músicas na praça, porém, um cinema e um teatro fariam a diferença para nós", afirma o rapaz que trabalha em um posto de combustível há cerca de um ano. O colega dele, que é supervisor no posto, também concorda com esse ponto de vista. Acredita que a Prefeitura tem condições de fazer mais investimentos na área do lazer.

O aluminense Almiro Pereira da Costa, de 54 anos, é nascido em Alumínio e reforça a opinião dos demais entrevistados. "É preciso investir mais em empresas, para gerar mais trabalho aqui na cidade, e também é necessário que a gente tenha lazer e entretenimento para nossos filhos", afirma. Outros entrevistados no centro da cidade destacam que comemorar o aniversário de Alumínio com uma festa cara é bom para valorizar a cidade, mas defendem que a prefeitura deveria aplicar altos recursos também em outros setores, como esporte, lazer e cultura. Uma estagiária de 21 anos estava brava com a prefeitura e disse que o governo municipal precisa olhar mais para a população, levando iluminação pública para bairros que ainda não têm.

Almiro estava acompanhado do sobrinho de 11 anos, quando falou sobre os importantes investimentos feitos pela prefeitura na educação. Matheus, o garoto, apesar de tímido, disse, meio que afônico, que gosta da escola e que acha legal as disciplinas. Ele está no sétimo ano de uma escola pública e diz que gosta da merenda escolar também. O tio elogia alguns pontos na cidade, mas critica a saúde também. "Faltam remédios na rede pública. Precisa melhorar esse serviço", decreta.

Sandra Bastos de Carvalho, diretora de divisão de cultura, concorda com os entrevistados, mas diz que a prefeitura vem investindo nesse setor também. Ela, que mora há 42 anos em Alumínio, pois é nascida na cidade, lamenta na verdade a ausência da CBA junto à população. "Antes de mudar os diretores da CBA, a empresa era mais próxima do povo. Hoje as pessoas se sentem meio esquecidas pela empresa", diz ela, sem deixar de ressaltar a iniciativa da empresa em manter o Centro de Vivência Ambiental, que é muito bom.

Alumínio tem origem no seio da CBA. Em 4 de junho de 1955, a empresa é instituída pelo comendador Pereira Inácio e pelo genro Antônio Ermírio de Moraes, que viram a possibilidade da exploração do minério da bauxita, responsável pela produção do alumínio. Até essa época, Alumínio era um bairro de Mairinque. Esse bairro foi elevado, então, à categoria de distrito de Mairinque, em 14 de maio de 1980. A emancipação político-administrativa só ocorreu anos depois, em 2 de abril de 1993, passando-se a se chamar definitivamente município de Alumínio. É por essa razão que muitos moradores têm um apreço especial pela empresa CBA.

Postar um comentário

0 Comentários