Candidato denuncia teste físico da GCM


Osvaldo Dametto protocola pedido de anulação Por: Emídio Marques


 Jornal Cruzeiro do Sul
Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

O candidato que concorre a vaga na Guarda Civil Municipal, Osvaldo Abel Lopes Spinoza Dametto, 33 anos, protocolou representação no Ministério Público (MP) na tarde de ontem pedindo a anulação do concurso. Os testes de aptidão física foram realizados no último sábado e Dametto acusa os aplicadores de terem manipulado os resultados. Dametto é professor de educação física e diz ter a intenção que sejam garantidas as condições de igualdade a todos os inscritos. A acusação de Dametto será sorteada para um dos promotores de Justiça que avaliará se há ou não elementos suficientes para propor ação à Justiça. Esse mesmo concurso já é alvo do MP, que no dia 13 de março instaurou um inquérito civil para investigar porque a Prefeitura não reservou 5% das vagas para pessoas com deficiência, como prevê a legislação e é feito em outras cidades. 

O denunciante Dametto alega que durante os testes de flexão de cotovelo, abdominal e de velocidade houve a interferência direta na contagem de tempo e número de repetições de vários candidatos. Disse que enquanto aguardou a própria vez para submeter-se aos testes ficou observando com o cronômetro em mãos os tempos e forma de execução dos exercícios de outros candidatos. "Para a minha surpresa reparei que os avaliadores usavam critérios subjetivos de execução de exercícios em diversos candidatos, levando-os à eliminação", declara.
Segundo Dametto, houve casos de eliminação de quem fez os testes da forma prevista no edital enquanto outros que realizaram os exercícios incorretamente foram classificados, como por exemplo, alguns que apoiaram os joelhos no chão durante a execução das flexões de cotovelo. Acrescentou que o número de repetições de movimentos realizados corretamente também foram reduzidos. Além de ser professor de educação física há 13 anos, o denunciante apresenta-se como personal trainer pós-graduado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante, professor de raciocínio lógico para concursos e estudante de direito.

Para Osvaldo Dametto, examinadores da Fundação Vunesp, que aplica a seleção, teriam manipulado resultados, "desqualificando candidatos aptos e ignorando erros de execuções primários de exercícios". Alega desconhecer qual teria sido os motivos e diz que a Vunesp até pode não ter culpa. Ressaltou que participou do concurso com a iniciativa própria de preparar-se para concurso de agente da Polícia Federal, para o qual estuda há quatro anos. "Não tenho a menor intenção de prosseguir no referido concurso (para Guarda Civil Municipal)". Ele foi desclassificado em um dos exercícios, mas nega que tenha cometido o erro na execução.

Ao MP, o denunciante afirma que "os aplicadores da prova feriram princípios básicos da Constituição Federal de imparcialidade, transparência e isonomia na verificação da perfeita execução dos exercícios conforme descrito no edital". Dametto considera que faltou transparência porque, segundo ele, apenas os candidatos puderam permanecer no local dos testes. Ele crê que a partir da iniciativa que tomou haverá outros candidatos insatisfeitos que levarão denúncias ao jornal Cruzeiro do Sul e ao MP.

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