Folha de S.Paulo
Brasília - Empresas que financiaram as campanhas do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e do deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) em 2010 receberam recursos repassados por empresa de fachada do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Segundo a Polícia Federal, a origem do dinheiro é a construtora Delta, empresa que mais verbas recebe do governo federal atualmente.
As investigações da PF indicam que o grupo do bicheiro usou empresas como a Alberto e Pantoja Construções e Transportes para repassar a campanhas políticas recursos recebidos da Delta.
A Alfredo e Pantoja foi criada em maio de 2010. Praticamente todo dinheiro que ela movimentou teve a Delta como origem. Foram R$ 26,5 milhões até abril de 2011.
Perillo recebeu R$ 450 mil de um atacadista de alimentos, a Rio Vermelho. Três meses depois, a Rio Vermelho recebeu R$ 60 mil da Alberto e Pantoja, uma das empresas de fachada controladas por Carlinhos Cachoeira.
O senador Demóstenes Torres recebeu em agosto de 2010 um cheque de R$ 32,6 mil de um posto de gasolina que três semanas depois recebeu R$ 98,7 mil da Alberto e Pantoja.
O deputado Sandes Júnior recebeu R$ 150 mil da Midway International Labs, que vende suplementos alimentares. Um dia antes a Midway recebera R$ 150 mil da empresa de fachada.
Resposta
Brasília - Políticos que receberam recursos repassados por Carlinhos Cachoeira na campanha de 2010 disseram que não há nada irregular nas contribuições.
Wilton Colle, sócio da Midway Labs, disse ter um "empréstimo" registrado em sua contabilidade no valor de R$ 150 mil, captado exclusivamente para fazer a doação.
Mas ele diz que negociou o empréstimo com outra empresa, e não com a Alberto e Pantoja Construções. O dono da Rio Vermelho, Michel Neto, nega ter feito a doação a Marconi Perillo a pedido de Cachoeira.
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