Idosa morre após família ir à Justiça por vaga em UTI


Tatiana Santiago

do Agora
A família da dona de casa Luzia Camargo Barbero, 60 anos, teve que recorrer à Justiça duas vezes para garantir uma vaga em um leito da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da rede pública de saúde.
Ela estava internada no Hospital Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné (zona leste de São Paulo), com um quadro de insuficiência renal desde o dia 26 de março.
De acordo com os familiares da idosa, desde o dia 31 de março os médicos afirmavam que ela precisava ir para a UTI.
Mas o hospital da Vila Nhocuné não tem unidade intensiva, e não havia leitos disponíveis em outros hospitais da rede pública.
"O médico me disse que não tinha o que fazer, que não poderia fazer mágica", afirmou Ismael Moisés dos Santos, 44 anos, genro da idosa.
Na quinta-feira passada, após conseguir uma declaração de um médico que confirmava a necessidade da internação na UTI, a família de Luzia procurou a Defensoria Pública.
Às 12h da sexta-feira passada, a Justiça determinou que a paciente fosse transferida para uma UTI em 24 horas, sob pena de multa de R$ 5.000 ao dia.
Resposta
A Secretaria Municipal da Saúde disse que vai instalar uma comissão para apurar o caso.
A pasta afirma, porém, que a paciente recebeu o atendimento necessário no hospital --apesar da falta de UTI no local.
Foram feitos exames de sangue e de urina que indicaram que não havia necessidade de antibióticos e a paciente continuou sendo tratada com medicação para dor na região lombar, de acordo com a secretaria.
A pasta afirma ainda que somente cinco dias após a internação foi detectada infecção e teve início o uso de antibióticos.
O quadro evoluiu para insuficiência respiratória aguda. A necessidade de remoção para a UTI foi detectada no dia 5 de abril e a remoção foi feita no dia seguinte, ainda segundo a pasta.
Em relação ao atendimento do Samu, a secretaria informa que a queixa de dor nas costas e pernas da paciente foi classificada como urgência mínima.

Postar um comentário

0 Comentários