Impasse sobre Cuba e Malvinas impede declaração final na Cúpula das Américas


Presidente colombiano Juan Manuel Santos afirma que países querem Cuba na próxima reunião da Organização dos Estados Americanos


AFP
CARTAGENA, COLÔMBIA - A falta de acordo sobre a participação de Cuba e o apoio à Argentina sobre a questão das Malvinas impediu que líderes americanos chegassem a um consenso para a declaração final conjunta na Cúpula das Américas, afirmou o presidente colombiano Juan Manuel Santos. "Não há declaração porque não há consenso", disse ele.
Santos destacou que, mesmo assim, o encontro foi útil porque pela primeira vez os 31 chefes de estado e de governos presentes falaram de todos os temas sem tabus. "Finalmente estamos discutindo as questões", disse ele. "Drogas era um tema que ninguém coloca na mesa. Cuba e Malvinas não eram discutidos, e desta vez foram".
O presidente colombiano expressou sua esperança de que Cuba participe pela primeira vez do próximo encontro das Américas, que deve ser realizado no Panamá em 2015. De acordo com ele, a maioria dos países disse esperar que Cuba faça parte da cúpula, o que não ocorreu antes. Isso deve, segundo ele, iniciar uma série de iniciativas para fazer com que o país participe do próximo encontro.
No encontro anterior realizado em Trinidad e Tobago, em 2009, a declaração final foi firmada pelo chefe de governo anfitrião, também por falta de acordo sobre a inclusão de Cuba.
Santos destacou também o passo histórico de discutir pela primeira vez alternativas para a guerra contra as drogas, uma estratégia liderada pelos Estados Unidos e que deixou milhares de mortos na América Latina e no Caribe nos últimos 40 anos - um debate impulsionado pelo presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina.
Houve consenso para explorar novos enfoques sobre o tema: todos os dirigentes concordaram sobre a necessidade de analisar os resultados da atual política e de explorar novos enfoques para fortalecer a luta. Santos explicou ainda que a Organização de Estados Americanos (OEA) iniciará o estudo com informações de outros órgãos internacionais, como a Organização Panamericana de Saúde e delegações da ONU contra as drogas. O presidente colombiano anunciou também a realização de uma reunião no Peru em breve para abordar a questão.

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