Mais um candidato questiona teste físico


Oswaldo Dametto foi o primeiro a contestar a avaliação - Por: EMÍDIO MARQUES


 Jornal Cruzeiro do Sul

O técnico de edificações Marcelo Rodrigues Navarro foi o segundo candidato inscrito no concurso da Guarda Civil Municipal (GCM) a encaminhar ao Ministério Público (MP) representação contra os testes físicos realizados no último fim de semana para concorrer à vaga na corporação. O primeiro a apresentar representação foi o professor de Educação Física Oswaldo Abel Lopes Spinoza Dametto, de 33 anos. Os dois foram eliminados nos testes.

Segundo Marcelo, os avaliadores dos testes usaram critério de avaliação "subjetivo" para os candidatos. Na sua representação, ele reivindica a chance de realizar um novo teste físico em sintonia com as condições do edital do concurso. "E que seja respeitado também o princípio da constituição de imparcialidade", disse. "Alguns candidatos tiveram uma semana a mais de preparação física", comparou. Como exemplo, informou que alguns candidatos foram convocados para realizar o teste às 8h, e outros às 15h, o que é um fator de complicação por causa do calor à tarde. Enquanto isso, Dametto pediu a anulação do concurso. "O avaliador que me examinou parecia estar mais nervoso do que os próprios avaliados", disse J.L.C., outro candidato. "Fiquei nessa dúvida: qual é o critério real de avaliação?" Ele chegou a fazer 50 flexões de braço em um minuto durante o treinamento. Segundo o candidato, o avaliador só contou oito flexões, disse que valiam apenas essas e seriam necessárias pelo menos 12 para passar às outras etapas. Foi eliminado: "Coisas estranhas ocorreram lá."

A Fundação para o Vestibular Estadual Paulista (Vunesp), responsável pelos testes, informou na última segunda-feira que considera que a representação contra os testes é infundada e que pode ser tipificada criminalmente por atingir a reputação da instituição, sem qualquer tipo de prova. E acrescentou que é previsto que todos os candidatos devidamente inscritos têm o direito de apresentar sua insatisfação por meio de recurso administrativo.


Repercussão


A publicação sobre a representação de Dametto gerou repercussão com comentários por e-mail recebidos pelo jornal e nos comentários do site. "Os avaliadores pareciam não saber o que estavam fazendo lá, demoravam para finalizar o cronômetro, eliminando assim vários bons candidatos", reclamou um deles. "Com certeza o teste foi realizado sem critérios e de forma errada", disse outro candidato. E mais um escreveu: "Faltou padronização durante as avaliações, cada examinador utilizava critérios diferentes."

O vereador Marinho Marte (PPS), informou ontem que vai protocolar na próxima segunda-feira na Câmara, com cópia para o Ministério Público, questionamentos à Prefeitura sobre os testes físicos do concurso. Ele quer que a situação seja reavaliada para que sejam conhecidos quais foram os parâmetros utilizados nos testes. "O número de reprovados é uma coisa totalmente absurda", comentou. (Carlos Araújo)

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