Sacola retornável está cheia de micróbios, aponta teste


Folha de S.Paulo

Bactérias e fungos podem pegar carona com as compras nas sacolas retornáveis usadas para transportar as compras de supermercado.
Teste encomendado pela reportagem ao laboratório de análises SFDK, em São Paulo, obteve a contagem de micro-organismos e, entre eles, bolores, coliformes e salmonela, em cem sacolas de consumidores paulistanos.
Com o fim da distribuição das sacolinhas plásticas descartáveis pelos supermercados da capital anteontem, as sacolas retornáveis passaram a ser algumas das poucas alternativas para consumidores carregarem os produtos.
Contatado para o teste, cada cliente disponibilizou a sacola mais usada para transportar as compras.
Uma gaze com um líquido especial foi passada dentro de cada sacola, para que os micro-organismos presentes fossem analisados.
O processo revelou que a maioria das amostras (88 das 100) tinha muitos micro-organismos. Em quatro delas, a metade interna tinha mais de 1 milhão de micróbios.
Segundo o especialista Mario Killner, responsável pelo laboratório, esses números elevados são sinal de que as sacolas retornáveis podem conter bactérias que causam doenças.
A contagem de coliformes, achados em sete sacolas, também as causam.
Bolores foram detectados em 59 das 100 sacolas. "O mofo em geral não causa doenças, mas reduz a durabilidade dos alimentos."
O pesquisador diz que os consumidores terão de se acostumar a higienizar as sacolas.
Marcelo Litvoc, infectologista do Hospital das Clínicas, concorda que é preciso lavar as sacolas, mas minimiza os riscos.
"Objetos pessoais têm bactérias, mas não é preciso viver numa bolha. Mais importante é a higiene ao manipular alimentos."

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