Apenas 13% estão mais seguros no voto em Obama após apoio ao casamento gay


Questão não pesará em decisão de 60% dos americanos, diz pesquisa


Denise Chrispim Marin/ CORRESPONDENTE / WASHINGTON
A posição favorável do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo é apoiada por 51% dos americanos, mas não deve se traduzir necessariamente em votos para sua reeleição em novembro. Uma pesquisa do USA Today/Gallup divulgada nesta sexta-feira, 11, mostrou que apenas 13% dos consultados ficaram mais seguros de votar em Obama depois de sua declaração sobre o tema, no último dia 9. Porém, 60% afirmaram que a questão não pesará em seu voto.
45% dos consultados desaprovaram atitude de Obama e 26% estão menos propensos a voto no presidente - Rich Pedroncelli/AP
Rich Pedroncelli/AP
45% dos consultados desaprovaram atitude de Obama e 26% estão menos propensos a voto no presidente

A consulta mostrou uma forte divisão na sociedade americana sobre o tema. Embora em menor proporção, 45% dos consultados desaprovaram a atitude de Obama, e 26% disseram estar agora menos propensos a votar nele. O presidente americano tem sido criticado nesta semana pela oposição por valer-se desse tema polêmico para distrair o eleitor do fraco desempenho da economia. Na pesquisa, 62% dos consultados avalia ter a economia americana piorado.
Na noite de quinta-feira, 10, em Los Angeles, Obama reforçou seu apoio ao casamento entre homossexuais durante um jantar oferecido pelo ator George Clooney. O evento alcançou seu objetivo de arrecadar US$ 15 milhões para a campanha de reeleição democrata. Obama explicou porque deixou de apoiar apenas a união civil entre homossexuais e deu um passo mais ambicioso e arriscado em um ano eleitoral. Disse ser essa uma "extensão lógica do que a América se supõe ser".
"Somos um país que inclui todo mundo, que dá chance a cada um e que trata as pessoas de forma justa. Isso vai nos fazer mais fortes? Damos as boas vindas aos imigrantes? Damos as boas vindas a pessoas que não são como nós? Isso nos faz mais fortes? Eu acredito que sim. É o que está em jogo", afirmou.
O evento deu-se uma tenda armada no jardim da casa de Clooney em Hollywood. As paredes, de plástico preto, lembravam sacos de lixo. Uma das principais mesas estava próxima a uma árvore, onde uma placa fora pendurada: "Porco barrigudo Crossing" - uma referência ao lugar favorito do último animal de estimação do ator. Entre os convidados estavam os atores Tobey Maguire ("Homem-Aranha"), Robert Downey Jr. ("Chaplin" e "Sherlock Holmes") e Billy Cristal ("Harry e Sally"). A cantora predileta da comunidade gay nos anos 70 e 80, Barbra Streisand, também estava presente, como a atriz Salma Hayek ("Frida").
Centenas de pessoas esperaram a certa distância para ver a movimentação de Obama. Na propriedade em estilo Tudor, entretanto, os convidados mais próximos aos americanos comuns eram Beth Topinka, uma professora de Ciências de Nova Jersey, e Karem Blutcher, da Flórida. Ambas ganharam a rifa da campanha democrata para um jantar com Obama e Clooney. Além delas, cada convidado teve de pagar US$ 40 mil pelo ingresso. "Nós levantamos um monte de dinheiro porque todo mundo ama George. Eles gostam de mim. Mas, corretamente, o amam", brincou Obama.
  

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