Financiamento público de campanha


 do Jornal da Estância

Os tentáculos do contraventor Carlos Cachoeira ganharam os holofotes do Congresso com a adesão de centenas de parlamentares à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, enquanto outra batalha contra a corrupção se trava mais silenciosamente todas as quartas-feiras na comissão que discute a reforma política na Câmara dos Deputados.  A reforma está emperrada por defensores do financiamento privado. Como as gravações da Operação Monte Carlo evidenciou que se trata de mais um caso de corrupção que abastecia campanhas como a do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), deputados que defendem o financiamento público acreditam que a tese ganha força.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) relator da comissão do projeto com texto pronto a meses  não consegue colocar em votação. Na quarta-feira (18/04), houve uma reunião que o petista qualifica como difícil e disputada. “Um grupo de deputados que se opõe ao financiamento público procura usar um conjunto de manobras obstrutivas. Ainda em 18/04, inventaram uma nova: a posição de que se fizesse uma votação preliminar sobre sistemas eleitorais, de forma genérica, antes de se apreciar o relatório”, relata. Com o impasse, não se votou nem uma coisa nem outra.
“A proposta é mais atual do que nunca”. “O Caso Cachoeira” dá uma força para o projeto, porque mostra com mais clareza que, além do abuso de poder econômico feito de maneira legal, que torna desequilibrada a eleição, o sistema de financiamento atual é uma espécie de paraíso para o crime organizado e para o dinheiro da corrupção entrar contundentemente para a Politica.
Entre os parlamentares que têm feito manobras obstrutivas, se destaca o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem sido uma espécie de líder dos defensores do financiamento privado. Obviamente para aqueles  acostumados a fazer campanhas caras,  tem medo de campanhas mais igualitárias. O PMDB não está todo fechado com Cunha. O deputado Alceu Moreira (RS), por exemplo, apoia o financiamento público.
Para os defensores do financiamento público, o lado positivo das reiteradas obstruções é que são um forte indício de que os adversários da proposta temem ser derrotados.
Obviamente são fortes os  interesses dos que não querem que se tenha maior transparência no processo eleitoral. Há também um preconceito na sociedade de que isto é algo que escorcha ainda mais a população, como se não estivéssemos pagando um preço muito mais caro por permitir que o sistema atual viabilize negócios escusos, às vezes muito mais caros.
Entendo que o financiamento publico das campanhas, por si só ,não impediria a velha e
arraigada pratica do caixa 2,solução esta que passa também por uma reforma do sistema politico e partidário. Este assunto fica para a próxima edição.
Valerio Sangalli- Empresário-membro da executiva municipal do PSOL.


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