MATERNAGEM


do Jornal da Estância

Aproveitando a data festiva de comemoração ao dia das mães, me fez lembrar o termo maternagem usado para se referir aos cuidados maternos aos bebês. Cito aqui o inglês Donald Woods Winnicott, nascido em 1986, pediatra e psicanalista. Winnicott quando jovem tentou cuidar do humor materno por ter uma mãe com perfil depressivo, o que foi fator incentivador para aceito na Sociedade Britânica de Psicanálise. Sua pratica como pediatra lhe possibilitou profundo conhecimento sobre o desenvolvimento da criança em relação à mãe, com importantes contribuições teóricas e clinicas.

Trabalhou na guerra como consultor psiquiátrico de crianças que apresentavam sérios transtornos por terem sido separadas de suas famílias, devido Londres e outras cidades, terem sido evacuadas. Nesse trabalho a sua contribuição foi de estudos sobre a importância de a criança ser inserida em alojamento ou ser colocada em abrigos para o seu restabelecimento psíquico devido sequelas deixada pela guerra.
Para Winnicott, todo ser humano tem um potencial inato para amadurecer, e para que isso possa ocorrer é necessário um meio ambiente facilitador que são efetuados pela mãe ou por sua substituta a qual desemprenha a mesma função materna. A mãe é devota à criança, ela disponibiliza os cuidados ambientais necessários ao desenvolvimento do bebê. A mãe se prepara durante a gestação para receber o bebê, providenciando o enxoval, organizando o ambiente físico, escolhe o nome, pensa nos padrinhos.
Quando o bebê nasce ele precisará estabelecer uma experiência de comunicação com a mãe e essa comunicação é silenciosa porque ele não tem capacidade desenvolvida para expressar suas agonias que são impensáveis. A mãe se torna disponível ao filho para que esse possa passar de uma dependência absoluta para uma dependência relativa, ate adquirir sua independência passando pelo processo de evolução (engatinhar, comer, andar, falar).
A mãe sintonizada com o bebê proporciona para que as funções mentais do bebê vão se desenvolvendo, capacitando-o para que possa lidar com as falhas do cuidado materno, sem precisar reagir a essas falhas.
Winnicott também se refere aos cuidados maternos como as funções de holding (sustentação) e de handling (manuseio). Holding se refere à forma de amar, na capacidade de a mãe sustentar, segurar fisicamente o bebê, reduzindo ao mínimo as invasões ambientais. Handling trata de como a mãe envolve seu bebê. Por intermédio dessas funções possibilitam o desenvolvimento de um potencial de amadurecimento do bebê.
Juliana Arantes – Terapeuta Morfoanalista

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