Para especialistas, nova lei evitaria mortes com motos


Folha de S.Paulo

Impedir que mais motociclistas morram no trânsito exigirá a adoção de medidas impopulares --e necessárias-- por parte dos governantes, dizem especialistas.
Entre elas estão restringir a circulação de motos entre os carros, endurecer as regras para obtenção da carteira de habilitação e fiscalizar de modo firme os motociclistas.
As duas primeiras atribuições são do governo federal; a fiscalização cabe aos Estados e aos municípios.
Dados divulgados anteontem pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mostram que as mortes de motociclistas crescem, enquanto as de pedestres, ciclistas e motoristas caem.
O presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Ailton Brasiliense Pires, defende que a formação de motociclistas seja alterada, de maneira a aumentar a carga teórica e obrigar que os candidatos a tirar a habilitação se submetam a simuladores de possíveis acidentes.
O aumento de carga horária deve ser acatada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) em agosto, segundo o órgão.
Para os especialistas, o governo federal precisa proibir a circulação de motos nos corredores, item que consta no Código de Trânsito Brasileiro mas foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 1997.
Mestre em transportes pela USP, Sergio Ejzenberg prega um meio termo: autorizar as motos a andar nos corredores quando o trânsito parar.
Há a necessidade, segundo os especialistas, de intensificar a fiscalização, inclusive na periferia, à anoite e aos fins de semana.
Resposta
Questionadas sobre a fiscalização das normas de trânsito na periferia, tanto a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) quanto a Polícia Militar dizem que fiscalizam a cidade toda.
A CET diz ainda que intensificou desde o último dia 4 de abril a ida a pontos periféricos de São Paulo.
Aos finais de semana, diz a empresa, são feitas cerca de 3.000 autuações na cidade.
Sobre o uso de simuladores de acidentes durante o curso de formação de motociclistas, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) afirmou que a medida carece de regulamentação.

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