Paulistano leva 1h05 para ir ao trabalho de ônibus, segundo SPTrans


Estudo mostra ainda que a pior situação está na zona oeste da capital, onde média no trânsito de manhã é de 1h24, do Butantã ao centro


Artur Rodrigues, Bruno Ribeiro, Camila Brunelli e Nataly Costa - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Ir para o trabalho de ônibus em São Paulo exige paciência - e voltar para casa no fim do dia, mais ainda. O paulistano leva, em média, 1h05 no trajeto de casa para o trabalho no horário de pico da manhã, entre 6h e 8h59. Ao voltar, das 17h às 19h59, o percurso dura 1h10, segundo dados da São Paulo Transportes (SPTrans).
Ponto no km 15 da Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste: região tem piores índices - Evelson de Freitas/AE
Evelson de Freitas/AE
Ponto no km 15 da Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste: região tem piores índices
Os números levam em conta quem mora fora do centro expandido, mas trabalha ali. A SPTrans analisou o tempo de percurso de cada linha por três anos (2009 a 2011) para obter a média.
A situação é pior na área oeste que, para a SPTrans, abrange, além do Butantã, o Campo Limpo. Mesmo com a chegada da Linha 4-Amarela ao Butantã, lá perde-se, em média, quase 3 horas no ônibus no trajeto casa-trabalho-casa. A Estação Butantã foi inaugurada em março de 2011, mas a situação de quem usa o ônibus naquela região só piorou. Em 2009, antes do metrô, o tempo de viagem de ônibus do centro para o Butantã era de 1h17. Em 2011, o mesmo trajeto passou a durar 1h32 no pico da noite. Na manhã, a média foi 1h24.
"Isso mostra que não houve uma racionalização das linhas ou, se houve, não foi o bastante. O Terminal da Estação Butantã, mesmo, é algo que chama a atenção. O ônibus que sai do terminal tem de fazer uma curva de 90 graus e cruzar três faixas para seguir viagem", disse o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade de São Paulo (USP) Claudio Barbieri da Cunha.
O assessor especial da Secretaria Municipal dos Transportes, o engenheiro Ivan Whately, afirmou que a Prefeitura investe na construção de 130 km de faixas exclusivas e 69 km de corredores. "Mas todos os dias colocam mil carros na rua", diz.
A dona de casa Maria José dos Santos, de 34 anos, que mora na região do Butantã, conta que o marido é um exemplo de trabalhador que precisa sair de casa uma hora antes de iniciar a jornada como porteiro no centro. "Tinha um ônibus que ia para o Terminal Bandeira. Agora, ele tem de pegar um até a Avenida Doutor Arnaldo, e de lá pegar o Praça Ramos", diz.
O bom exemplo está na zona leste. Os ônibus que atendem a região da Penha demoram, em média, 56 minutos no pico da manhã. A auxiliar de limpeza Sandra dos Santos, de 35 anos, sai de casa menos de 30 minutos antes de começar o expediente na Vila Ré. "Em 20, 15 minutos de ônibus estou no trabalho", afirma.
A volta para casa, porém, é melhor para quem mora na zona norte, em bairros como Freguesia do Ó, Pirituba, Brasilândia e Perus. No horário de rush, os moradores desses bairros levam 1h01 para chegar em casa, saindo do centro.

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