Trem rápido: estudo considera o uso de duas estações



Estruturas existentes no Centro e em Brigadeiro Tobias devem ser revitalizadas para viabilizar o projeto
 Jornal Cruzeiro do Sul
Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

O estudo do trem rápido, que deve ligar Sorocaba a São Paulo em cerca de 40 minutos, com valor de tarifa semelhante à passagem de ônibus, prevê a utilização das estações no centro de Sorocaba e no bairro Brigadeiro Tobias. A informação foi passada ontem pelo secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM), Jurandir Fernandes, ao receber, pela manhã em seu gabinete, os deputados estaduais de Sorocaba, Carlos César (PSC), Hamilton Pereira (PT) e Maria Lúcia Amary (PSDB). A Secretaria de Transportes Metropolitanos informa que a intenção é utilizar ambas as estações revitalizadas. Na cidade de São Paulo, os trens chegarão e partirão da estação de Pinheiros, na zona sul, a 14 quilômetros do aeroporto internacional de Congonhas.A previsão é que o trem regional de passageiros entre Sorocaba e São Paulo comece a funcionar em 2018, mas o secretário Jurandir informa que a intenção é encurtar esse prazo para 2016, se as licitações não forem contestadas e se houver união política. 

Os estudos apontam que o trem rápido Sorocaba-São Paulo será utilizado por no mínimo 20 mil passageiros diariamente e acomodará 600 pessoas sentadas por viagem. O embarque e desembarque em dois pontos de Sorocaba ocorrerão com o objetivo de atender as cidades da região no bairro Brigadeiro Tobias, fazendo com que os passageiros de outros municípios não necessitem enfrentar o trânsito do centro de Sorocaba, nem contribuam para o elevação do mesmo. A estação na avenida Afonso Vergueiro vai atender, principalmente, aos sorocabanos ou viajantes que tenham o centro da cidade como destino. A utilização da desativada estação ainda depende de negociação com a América Latina Logística (ALL) que detém a concessão daquele trecho. Na estação de Brigadeiro Tobias também funcionará a oficina de trens e haverá um complexo comercial e de estacionamento para atender o público.

O trem deverá percorrer os 92 km entre Sorocaba e São Paulo a uma velocidade média de 120 km/hora, sendo que a máxima ficará em torno de 160 a 180 km/hora. O futuro traçado da linha férrea prevê que o trem vai margear a rodovia Castello Branco (SP-270), deverá haver desapropriações e, segundo o diretor de planejamento da CPTM, Silvestre Eduardo, em alguns momentos haverá o compartilhamento da faixa de domínio da estrada de ferro, porém, não da via. O secretário Jurandir enfatizou aos deputados que em qualquer momento o trem de passageiros compartilhará as linhas do trem de cargas e as obras não tocarão nas áreas de preservação ambiental. Um levantamento de demanda avalia se haverá ou não um ponto de parada na cidade de São Roque. A fim de conhecer os anseios da população e sociedade organizada de Sorocaba e região, a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos promoverá uma audiência pública no mês de setembro, em data e local a serem definidos.

Também participou da reunião entre o secretário e os deputados, o presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), vinculada à STM, Mário Bandeira. Segundo Bandeira a construção da linha deverá levar 36 meses, será feita por meio de Parceria Pública Privada e exigirá investimentos avaliados em R$ 6 milhões. As informações apresentadas ontem aos deputados foi uma prévia do projeto funcional, que detalha as questões ambientais, de demanda, análise econômica e traçado, com previsão para ser concluído até o início de agosto deste ano. O presidente da STM disse que a elaboração do projeto executivo deve durar 24 meses, e depois começam as obras de construção. Segundo Bandeira o projeto funcional está sendo discutido com a Prefeitura de Sorocaba, que indicará as diretrizes para o projeto executivo. 

Os parlamentares de Sorocaba destacaram a importância do projeto ser debatido na cidade, no próximo dia 28, durante a audiência pública de outra secretaria estadual, a do Desenvolvimento Metropolitano, que analisará o desenvolvimento regional e a criação do aglomerado urbano de Sorocaba. "Sorocaba, uma cidade que está a todo "vapor", deixará de ter como via de transporte único a rodovia, o que facilitará o turismo de negócios e a locomoção dos trabalhadores", disse a deputada Maria Lúcia Amary. "É um projeto que só traz benefícios para a região e para o estado de São Paulo, frente às vantagens de economia de tempo para os usuários, preservação de recursos naturais e desafogamento do trânsito nas rodovias", avaliou o parlamentar Hamilton Pereira. "É nobre, pois uma realidade da rodovia Castelo que vira avenida em vésperas de feriado é a de que em algumas décadas estará intransitável", declarou o deputado Carlos César.

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