Faltam moradias para os sorocabanos


Candidatos reconhecem o problema e explicam que convênio com governos estadual e federal é a solução



Claro que existem mais moradias do que moradores em Sorocaba. Mas o que cabe ao poder público, principalmente ao Poder Executivo, é criar condições para que todos os cidadãos possam ter um espaço digno para viver. É sobre isso que trata a questão feita pelo BOM DIA nesta terceira série de perguntas (veja ao lado os demais temas tratados).
Todos, de maneira unânime, entendem que é sim responsabilidade do prefeito viabilizar uma maneira de retirar as pessoas de baixa renda das áreas de risco e lhe oferecer condições de um teto digno, as chamadas moradias populares.
Os empreendimentos imobiliários voltados aos interesses privados de loteadores e de incorporadoras receberam toda a atenção da prefeitura  nos últimos anos. Ainda bem, afinal ações desta natureza geram riqueza, emprego e fazem com que o mercado da construção civil (um dos que mais emprega no Brasil devido a sua cadeia ser das mais longas: terreno, cimento, ferro, areia, material de acabamento, mão de obra...) se mantenha vivo, fazendo girar a roda da economia.
Uma política habitacional, voltada à população de baixa renda, é o que está em questão. O importante foi que todos os quatro candidatos assumiram o problema e, igualmente, têm planos para resolvê-lo.

Iara fala em convênio com o governo federal. Raul e Pannunzio também falam em parceria com o governo federal e incluem também o estadual. Amary é o que vai “além das parcerias com os governos federal e estadual, na minha administração haverá um programa próprio habitacional”.

Ele apenas não explicou como pretende fazer isso. Mas ao menos se comprometeu mais.
Pannunzio
“O Júlio de Mesquita Filho (Sorocaba 1), teve 3.506 casas, um bairro inteiro, construído no meu governo de 1989 a 1992”
Iara
“Há déficit habitacional grave e deliberadamente abafado em Sorocaba. Os programas federais vão ajudar a resolvê-los”
Raul Marcelo
“A falta de uma política de habitação eficaz foi uma das marcas mais tristes dos 16 anos de gestão tucana em Sorocaba”
Renato Amary
“Meu objetivo é, ao final do meu mandato, ter zerado ou diminuído muito o déficit habitacional existente hoje em Sorocaba”
Sobre o que eles já falaram
Tema 1: Campanha
Em 8 de julho, na primeira questão da série a ser feita com os candidatos a prefeito de Sorocaba, eles apresentaram como vai ser a campanha e o que pretendem mostrar ao eleitor. Em resumo, todos fizeram um discurso sobre a experiência política deles e a capacidade de governar Sorocaba pelos próximos quatro anos.
Tema 2: Continuidade
A segunda pergunta feita aos candidatos, sobre a manutenção dos programas da atual administração, todos disseram que sim. Ela foi publicada na edição de anteontem. Cada um ao seu modo, todos vão impor sua maneira de governar e seguir com o que entendem que atendem o cidadão hoje.

Primeira fase
Nesta primeira fase da cobertura eleitoral, a intenção do BOM DIA é trazer nas próximas semanas as respostas dos candidatos nas edições de terça, quarta e domingo a perguntas sobre o futuro de Sorocaba. Ao fazer isso, o BOM DIA considera que ajuda o eleitor a entender o que pensa e o que pretende o futuro prefeito de Sorocaba. São respostas não editadas que revelam a verdade sobre os candidatos.

Na sua opinião existe déficit habitacional ? O que você  vai fazer para melhorar o problema?
Antônio Carlos Pannunzio
Os estudos realizados mostram que há ocupação de áreas impróprias ou inadequadas em Sorocaba e isso significa que há um déficit habitacional. Vamos trabalhar para solucionar o problema. E posso falar com toda a certeza da habitação porque este assunto já foi tratado de maneira muito sensível quando fui prefeito, entre 1989 e 1992. Foram construídas mais de 5 mil moradias em quatro anos, sem intervenção de programas que existem hoje, como o Minha Casa Minha Vida. Só o Conjunto Habitacional Júlio de Mesquita Filho, o Sorocaba 1, teve 3.506 casas, um bairro inteiro construído no meu governo e que levou o desenvolvimento para a zona oeste de Sorocaba.

Em parceria com o governo do Estado e o governo federal pretendemos viabilizar novos programas para atender a esse déficit habitacional. Sorocaba é um polo regional e o investimento em habitação é uma necessidade constante.

Iara Bernardi
Aplicando o programa Minha Casa, Minha Vida para baixa renda. Os dados mostram que há déficit habitacional grave e deliberadamente abafado em Sorocaba. O crescimento da cidade, com novas indústrias, comércios, universidades etc gera novas necessidades, pois mais pessoas são atraídas para cá, em busca de melhores condições de vida. Os preços subiram muito acima da média de outras cidades do mesmo porte: três cômodos na zona norte são alugados por mais de um salário mínimo. Isto é mais um indício de que a procura por moradias é maior do que a oferta. Na área de habitação, o poder municipal terá uma postura ativa e indutora. Traremos o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal; vamos buscar do governo estadual o que Sorocaba merece, dentro do Casa Paulista. Vamos esquadrinhar a cidade, na busca de áreas que possam abrigar conjuntos habitacionais com preços baixos. No nosso governo, haverá uma inversão de prioridades: historicamente, os governos em Sorocaba submetem-se aos interesses do capital imobiliário, em detrimento dos interesses das famílias que necessitam de moradia. A regularização fundiária tem de ser acelerada para gerar segurança jurídica aos moradores que aguardam esta ação há mais de 30 anos.
Raul Marcelo
Em matéria veiculada na imprensa local, o secretário de Habitação e Urbanismo reconhece o déficit de 12 mil moradias em Sorocaba. A falta de uma política de habitação eficaz foi uma das marcas mais tristes dos 16 anos de gestão tucana em Sorocaba. Enquanto os empreendimentos imobiliários voltados aos interesses privados de loteadores e de incorporadoras receberam toda a atenção da prefeitura, uma política habitacional voltada à população de baixa renda foi menosprezada. Para o PSOL a moradia digna é um direito fundamental. Não é mais possível admitir a inércia da prefeitura para um problema tão pungente em Sorocaba. Nossa gestão combaterá este problema. Em Sorocaba, estimamos em 15 mil as famílias que vivem em área de risco, moram em situação precária ou tem sua qualidade de vida afetada pelo comprometimento de grande parcela da renda familiar para pagar aluguel. Implantaremos abrangente política habitacional. Construiremos 15 mil unidades habitacionais, através de parcerias com a CDHU, com o Ministério das Cidades, com projetos da própria Municipalidade e por estímulo a mutirões comunitários, bem como daremos maior agilidade aos processos de regularização fundiária.
Renato Amary
Existe sim um déficit habitacional em Sorocaba, ultrapassando 12 mil moradias, mas esse número pode ser ainda maior. Para resolver este problema, no meu governo, vou fazer parcerias com os governos federal e estadual. A minha administração terá um programa próprio habitacional. Meu objetivo é, ao final do meu mandato, ter zerado ou diminuído muito o déficit habitacional em Sorocaba. É importante atender famílias que estejam residindo em área de risco, mas toda a população que deseja e precisa de uma moradia vai poder participar dos programas que disponibilizaremos ao longo dos quatro anos de mandato. Dados oficiais consideram que o déficit habitacional ocorre quando a pessoa paga aluguel ou está instalado em submoradias, esquecendo que muitos jovens casais, ao se unirem, acabam construindo o famoso “puxadinho” no fundo da casa dos pais. Essas pessoas querem residir com dignidade e no meu governo isso vai ocorrer.

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