Advogados já consideram Peluso fora do julgamento do mensalão


Ministro deixará o cargo de forma compulsória ao completar 70 anos no início de setembro


Eduardo Bresciani - Agência Estado
BRASÍLIA - Advogados de réus do julgamento do mensalão acreditam que o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), não conseguirá votar no processo após analisar o andamento do primeiro dia de julgamento. Peluso, considerado um juiz duro, de forte formação no direito penal e que tenderia a votar pela condenação na maioria dos casos, se aposentará de forma compulsória do cargo no dia 3 de setembro por completar 70 anos.
Para antecipar o voto, Peluso teria que aguardar o posicionamento de Lewandovski e Joaquim Barbosa - Andre Dusek/AE
Andre Dusek/AE
Para antecipar o voto, Peluso teria que aguardar o posicionamento de Lewandovski e Joaquim Barbosa
Pelo cronograma definido pelo tribunal, Peluso conseguiria votar se antecipasse o seu voto. Ele só pode fazer isso, porém, após votarem o relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandovski. Se o cronograma atrasar em um dia apenas, o ministro pode não conseguir manifestar sua posição antes da aposentadoria.
No intervalo do julgamento desta quinta-feira, alguns defensores já davam o cronograma como implodido. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por exemplo, deveria fazer a acusação durante cinco horas, mas a fase foi adiada para a sexta-feira. Os advogados, porém, acreditam que isso não impedirá novos atrasos devido à tensão em plenário.
"Infelizmente ele (Peluso) não participará", disse Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o publicitário Duda Mendonça. Ele ressaltou que o próprio voto antecipado já seria ruim porque no STF os ministros podem alterar o seu voto em meio ao debate em plenário.
Outro advogado, que pediu para não ser identificado, destacou as discussões entre Barbosa e Lewandovski. "Em 30 minutos o relator e o revisor já estavam discutindo. O cronograma é inviável. O Peluso está fora", sentenciou.

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