Anatel criará ranking de qualidade de serviços de operadoras


Promessa é publicar lista detalhada até o fim do ano,para que os consumidores possam escolher as empresas com melhores indicadores  


Eduardo Rodrigues, da Agência Estado
BRASÍLIA - Depois de liberar a venda de novos chips pelas operadoras de celular, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai criar um ranking de qualidade dos serviços em cada Estado do País. A promessa do presidente do órgão regulador, João Rezende, é publicar a lista detalhada até o fim do ano, para que os consumidores possam escolher as empresas com melhores indicadores.
"Vamos colocar na internet o ranking das melhores operadoras em cada Estado. A imagem das companhias às vezes é mais importante do que uma multa pesada, e queremos mostrar qual empresa está realmente comprometida com a melhoria dos serviços", afirmou Rezende ontem, durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.
A iniciativa é parecida com a estratégia já adotada pelo Banco Central desde o início de 2009 para mostrar à sociedade quais instituições financeiras cobram as taxas de juros mais altas em cada modalidade de crédito. A intenção da Anatel é publicar os índices de completamento de chamadas e de quedas das ligações, além do nível de atendimento das demandas nos call centers das operadoras.
O presidente da Anatel também se colocou à disposição dos parlamentares para voltar ao Congresso no fim de novembro para apresentar os primeiros resultados da fiscalização trimestral que o órgão fará em relação aos planos de investimentos apresentados pelas companhias. "Não está descartada a possibilidade de novas suspensões. Se a melhoria do serviço não acontecer, a própria Anatel será cobrada pela sociedade", alertou Rezende.
TIM
Também presente na audiência, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pediu publicamente à Anatel que acelere as apurações para o andamento do processo no qual o órgão regulador investiga a queda de chamadas da TIM nos chamados planos Infinity. Em apenas um dia, a companhia teria faturado R$ 4,3 milhões pelo desligamento das ligações de 8,2 milhões de usuários.
"A notícia é muito grave e tem um impacto enorme no mercado, e por isso precisa ser esclarecida o mais rápido possível", avaliou. "Uma coisa é dizer que a qualidade está ruim, outra é dizer que deliberadamente há uma derrubada de ligações, para lesar o consumidor e obter mais receitas. Se for isso, vira problema de polícia, criminal, por isso é preciso cuidado com esse processo", concluiu Bernardo.
O vice-presidente da TIM, Mário Girasole, atacou o relatório da Anatel perante os parlamentares e acusou a agência de ser "pouco cuidadosa". "A derrubada deliberada de chamadas é fraude, é crime, e precisa ter respaldo técnico e documental de altíssima segurança para ser colocado nas costas de empresas", completou o executivo.
Segundo ele, o relatório da Anatel contém erros básicos ao desprezar motivos de quedas nas ligações que não são culpa da operadora, como o fim da bateria dos aparelhos celulares, o deslocamento dos usuários para áreas de sombra, o fim dos créditos pré-pagos, a reinicialização de smartphones ou mesmo as manutenções programadas nas redes.
"Além disso, as quedas nas chamadas da TIM são aleatórias porque a rede não identifica qual é o plano de serviço do usuário, a tarifação é feito de outro lado", concluiu Girasole.

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